Para combater aquecimento global, Brasil estuda incluir insetos na dieta do povo
Foto: Luigi Mamprin
Já pensou ir ao supermercado e, ao invés de 1 kg de carne bovina, comprar 500 g de gafanhoto, grilo ou larva de formiga? Pois esta realidade pode fazer parte da vida de todos os brasileiros muito em breve!
Dono de uma companhia que cria e comercializa insetos, o empresário mineiro Luiz Otávio Pôssas Gonçalves pediu ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que reconhecesse seu negócio como um “estabelecimento produtor de insetos para consumo humano” e acabou fomentando, no governo, o debate sobre a legalização da entomofagia – isto é, a prática de comer insetos – no Brasil.
O Ministério da Agricultura ainda não respondeu ao pedido de Gonçalves, mas pediu indicação bibliográfica ao empresário, alegando que se trata de tema polêmico, mas que será discutido, por representar oportunidade real de combater o aquecimento global no Brasil e no mundo.
Isso porque, de acordo com pesquisas da Universidade de Wageningen, na Holanda, a criação de insetos emite uma quantidade de gases do efeito estufa muito menor do que a pecuária. No caso de gafanhotos, por exemplo, a emissão de metano chega a ser 10 vezes menor e a de óxido nitroso, 300 vezes. Além disso, a produção de insetos também ajudaria na preservação das florestas, que não precisariam ser destruídas para o avanço das pastagens.
Dados da FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – que também anda discutindo a possibilidade de incluir insetos na dieta humana – ainda mostram que cerca de 80% dos países possuem insetos em seu cardápio e 23 dessas nações ficam no continente americano. Será que o Ministério da Agricultura legalizará a entomofagia e o Brasil será o próximo a entrar, oficialmente, para essa lista?
Caso a proposta de Gonçalves seja aceita, para a entomofagia, realmente, fazer a diferença no combate ao aquecimento global, a população teria que trocar a carne bovina e suína pela de inseto. Você trocaria?
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