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8 cientistas negros que você deveria conhecer

Por Darllam Cruz
Atualizado em 1 out 2018, 20h05 - Publicado em 25 dez 2014, 13h24

1. George Washington Carver

Filho de escravos, George Washington Carver nasceu em uma fazenda no Missouri em 1865, ao fim da Guerra Civil Americana. Uma semana após seu nascimento, foi sequestrado por saqueadores ao mesmo tempo em que tornou-se órfão. Seus antigos proprietários, Moses e Susan Carver, conseguiram localizá-lo e retorná-lo ao lugar onde nasceu.

Nos anos seguintes, aprendeu com Susan Carver a ler e escrever, já que as escolas locais não aceitavam estudantes negros. Carver tomou gosto pelo aprendizado: estudou por conta própria e ainda criança conduzia experimentos biológicos. Mais tarde, conseguiu um diploma de mestre no Iowa State Agricultural College, e construiu uma reputação como um brilhante professor e cientista, com talento extraordinário para explorar e inovar o campo da agricultura.

Os maiores feitos de George Washington Carver foram na área da botânica. No período após a Guerra Civil, várias famílias negras viviam em pequenas fazendas subsistindo da agricultura, principalmente do algodão. Carver desenvolveu um método rotativo de colheitas alternativas, como amendoins, soja e batata doce, que, além de diminuir a dependência do algodão, contribuía para a nutrição dessas famílias. Ele também criou várias invenções para tornar as atividades de campo menos pesadas e mais lucrativas.

Carver raramente patenteava seus inventos, escolhendo dividir suas ideias de graça. Entre seus feitos, o mais popular foi a descoberta de cerca de cem produtos derivados do amendoim úteis para fazendas e lares, como cosméticos, tinturas, plástico, gasolina e nitroglicerina. Ele serviu como consultor de assuntos agrícolas no governo do presidente Theodore Roosevelt e faleceu em 1943, aos 78 anos.

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2. Ernest Everett Just

Ernest Everett Just nasceu em 1883 e foi criado em Charleston, na Carolina do Sul. Ele estudou zoologia e desenvolvimento celular na Universidade Dartmouth, em New Hampshire, e trabalhou como bioquímico estudando células no laboratório marinho Woods Hole, em Massachussets. Foi instrutor de biologia na Universidade Howard antes de tornar-se o primeiro negro a receber o título de Ph.D. da Universidade de Chicago, como pesquisador na área de embriologia experimental.

Just foi pioneiro nas pesquisas de fertilização, divisão e hidratação celular e dos efeitos da radiação carcinogênica em células. Uma de suas principais descobertas é o reconhecimento do papel fundamental da superfície da célula no desenvolvimento dos organismos.

Frustrado com o racismo que o impedia de ser contratado pelas grandes universidades americanas, Just mudou-se para a Europa em 1930. Lá, escreveu setenta estudos científicos e publicou dois livros. Além desse grande legado, Ernest Everett Just marcou a sociedade da época por sua habilidade em conquistar um nível superior de educação apesar dos obstáculos raciais que enfrentou. Morreu em 1941, em decorrência de um câncer de pâncreas.

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3. Mae Jemison

A Dra. Mae C. Jemison é conhecida por ser a primeira mulher negra a viajar no espaço, no dia 12 de setembro de 1992. Sua história de vida começa em Decatur, Alabama, onde nasceu em 1956. Criada em Chicago, estudou em escola pública e concluiu o ensino médio aos 16, entrando em seguida na Universidade de Stanford, em Califórnia, de onde saiu com duas graduações: uma como bacharel em Engenharia Química e a outra como bacharel em estudos africanos e afroamericanos.

Mais tarde, ela frequentou a Universidade Cornell, onde formou-se em medicina, o que a impulsionou a ir para a África Ocidental trabalhar como médica e engenheira pela Peace Corps. De volta aos Estados Unidos, Jemison continuou a atuar como médica em Los Angeles, mas queria realizar um sonho que tinha desde o jardim de infância: ir ao espaço. Contra todos que a diziam que ela não conseguiria ser uma astronauta por ser mulher, ela foi aceita pela Nasa e após cinco anos de treino foi ao espaço e conduziu experimentos como médica, analisando células ósseas.

Em 1993, saiu da Nasa para começar sua própria companhia, chamada The Jemison Group Inc., que realiza trabalhos na área de ciências e tecnologia, além de trabalhar em importantes projetos de tecnologia da medicina como presidente e fundadora da corporação BioSentient. Segundo seu site pessoal, atualmente a doutora viaja os Estados Unidos dando palestras, e curte dançar, jogar cartas e gatos.

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4. Charles Henry Turner

Conhecido por seus trabalhos nas áreas de biologia, zoologia e psicologia animal, Turner foi o primeiro negro a receber um diploma de graduando pela Universidade de Cincinatti, em 1892, e em 1907 tornou-se o primeiro negro a receber o título de Ph.D. da Universidade de Chicago. Apesar do doutorado, Turner enfrentou dificuldades em ingressar como docente no ensino superior, e escolheu dar aulas em escolas.

As pesquisas de Turner se centravam no comportamento animal, e ele desenvolveu uma série de técnicas para estudar e medir como os insetos aprendem. Foi o primeiro a provar que insetos conseguem escutar e distinguir tons. Ele também descobriu que baratas aprendem por um método de tentativa e erro e que abelhas podem enxergar cores.

Além de seu trabalho científico, Turner foi ativo na luta para obter serviços sociais e educacionais para negros em St. Louis, Missouri. Após sua morte, passou a nomear uma escola para alunos negros com deficiência. Charler Henry Turner morreu em 1923, mas muitos de seus métodos estão em uso ainda nos dias de hoje.

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5. Percy Julian

Neto de escravos, Percy Lavon Julian nasceu em 1899, no Alabama. Aos 17, concluiu o ensino médio ao mesmo tempo que ingressou na Universidade DePauw, e ainda trabalhava para se sustentar. Julian graduou-se em química em 1920. Após trabalhar brevemente como professor, ingressou em Harvard onde ganhou o título de mestre. Seu doutorado, fez pela Universidade de Viena. Aos 36, retornou à DePauw para conduzir pesquisas. Ele foi o primeiro a sintetizar a produto natural fisostigmina, um alcaloide que é usado para tratar glaucoma.

Julian enfrentou barreiras durante sua carreira, sendo negado uma posição como pesquisador porque uma lei impedia negros de passarem a noite fora, mas isso não impediu que seu trabalho rendesse muitos frutos. Sua pesquisa do composto do grão de soja o levou a várias patentes e medicações pioneiras como versões sintéticas do hormônio progesterona e o esteroide cortisona, usado para tratar a artrite reumatoide. Ele também inventou uma espuma que retarda o fogo, que foi amplamente utilizada durante a Segunda Guerra Mundial.

Aos 62, já havia formado e vendido sua empresa, a Julian Laboratories, por mais de dois milhões de dólares, e continuou a trabalhar como pesquisador e consultor até sua morte, em 1975.

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6. Patricia Bath

Patricia Era Bath, nascida em 1942 em Nova York, é uma oftalmologista, inventora e acadêmica. Ela quebrou barreiras para mulheres e afrodescendentes em várias áreas. Bath nasceu em 1942, e concluiu o ensino médio em apenas dois anos. Antes de Bath, nenhuma mulher havia servido no Instituto Oftalmológico Jules Stein, liderado um programa de estudos em oftalmologia ou eleita membra honorária do centro médico da Universidade da Califórnia. Ela também foi a primeira pessoa negra a atuar como residente em oftalmologia na Universidade de Nova York e a primeira mulher negra havia a atuar como cirurgiã na Universidade da Califórnia.

Patricia Bath melhorou a qualidade de visão de várias gerações devido a sua invenção para o tratamento para catarata. Em 1981, criou sua contribuição mais famosa: um tratamento a laser para catarata menos doloroso aos pacientes. Com o invento, ela conseguiu restaurar a visão de pacientes que eram cegos há cerca de 30 anos. Bath é também a primeira mulher negra a receber uma patente médica, em 1998, e desde sua aposentadoria em 1993, continua a advogar para a população desfavorecida, e concentra seus esforços no uso da tecnologia para oferecer serviços médicos em lugares remotos.

7. Neil DeGrasse Tyson

Neil DeGrasse Tyson ficou famoso na internet após virar este meme, mas o cientista americano também tem destaque por seu trabalho nas áreas da astrofísica, cosmologia física e comunicação científica. Diretor do Planetário Hayden no Museu de História Natural de Nova York, é conhecido também por suas participações na televisão. Tyson se dedica a tornar teorias complexas e mistérios universais mais acessíveis para leigos. O cientista apresentou o programa de educação científica NOVA scienceNOW e participa frequentemente de programas como The Daily Show e The Colbert Report.

Durante sua carreira, serviu como consultor da indústria aeroespacial do governo de George W. Bush, foi eleito o Astrofísico Mais Sexy pela People no ano 2000 e fez com que James Cameron mudasse digitalmente o céu em uma das cenas de Titanic. Após ver o filme, mandou ao diretor um e-mail sarcástico dizendo que “em 1912, naquela época do ano, naquela posição no Atlântico, quando Rose (Kate Winslet) olhava as estrelas, aquele não é o céu estrelado que ela teria visto”.

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