Emissões de rádio de outra galáxia se repetem no espaço
Até o início deste ano, os astrônomos não faziam a menor ideia do que causava esse fênomeno
Rajadas rápidas de rádio (FRBs na sigla em inglês) são um dos fenômenos mais intrigantes da astronomia. Descobertas apenas em 2007, elas duram apenas milésimos de segundo, mas podem emitir mais energia que o Sol em um dia inteiro.
Até março deste ano, os cientistas não faziam a menor ideia do que causava esses fenômenos impressionantes – e acreditavam que talvez nunca iriam saber, porque eram entendidos como eventos únicos, que não se repetem.
Então foi identificada a FRB 121102, um ponto que ninguém sabe localizar exatamente, mas está fora da nossa galáxia, onde o fenômeno havia se repetido dez vezes – até março. E mais seis desde então, segundo uma pesquisa recém-divulgada da Universidade McGill, no Canadá.
O que estará causando isso? Aliens não são, de acordo com os cientista – ainda bem, aliás, pois alguém causando uma explosão tão intensa seria preocupante.
A hipótese, antes da descoberta das repetições, era dramática: duas estrelas de nêutrons colidindo para criar um buraco negro. Agora, o time aposta em algo mais simples, como uma estrela de nêutrons só em um estágio inicial de formação.
Mas isso não deixa de ter seu drama. Estrelas de nêutrons são uma espécie de zumbi galáctico. Elas são o que resta de uma estrela gigante, com até 29 vezes a massa do Sol, após ela explodir em uma supernova. Isso comprime seu núcleo de forma que ele passa a ocupar um espaço com um raio de 10 km – são as menores estrelas do Universo. Mas essa bolinha pode abrigar uma massa igual a um Sol e meio, que tem 695.700 km. São tão densas que uma colher de chá tirada de uma delas pesaria um bilhão de toneladas. O seu destino é, com o tempo, virarem um buraco negro.