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Arqueólogo pode ter descoberto o segredo da forma das pirâmides

Como Quéops, Quéfren e Miquerinos são tão bem alinhadas em relação aos pontos cardeais? Para Glen Dash, tem tudo a ver com o Sol (e sombras)

Por Lucas Baranyi
21 fev 2018, 16h47

Durante séculos, as pirâmides de Gizé desafiaram pesquisadores – não apenas seus mistérios e câmaras escondidas, mas exatamente como os egípcios conseguiram construir estruturas tão impressionantes sem tecnologias modernas. Uma das questões mais desafiadoras era entender como as pirâmides tornaram-se tão bem alinhadas – Quéops, por exemplo, está em sintonia quase perfeita com os pontos cardeais – norte, sul, leste e oeste.

Existem diversas hipóteses, desde o uso da Estrela Polar até cálculos tendo como base sombras projetadas pelo Sol. Glen Dash, engenheiro e arqueólogo, decidiu ir mais a fundo nesta investigação. “Todas as três grandes pirâmides exibem o mesmo erro de cálculo: estão minimamente viradas no sentido anti-horário dos pontos cardeais”, afirma em uma pesquisa publicada no periódico The Journal of Ancient Egyptian Architecture.

A pesquisa mais recente de Dash sugere que os egípcios podem ter utilizado um equinócio para encontrar o alinhamento. Este é o momento que acontece duas vezes ao ano, quando o Sol, em sua órbita aparente, cruza o equador celeste. Medidas utilizando equinócios já foram consideradas possíveis métodos de alinhamento, mas não se provaram tão eficazes. Dash, porém, acredita que isso seria possível com o uso de um gnomon – a parte do relógio solar que possibilita a projeção de sombras.

Para entender, o engenheiro fez um experimento próprio, começando no primeiro dia do equinócio de outono do hemisfério norte de 2016 – 22 de setembro -, utilizando a ferramenta para projetar uma sombra.

A partir disso, ele rastreou o ponto em que a sombra se encontrava durante intervalos regulares, até interceptar os dois pontos da curva que formavam uma linha quase perfeita correndo do leste ao oeste. “No equinócio, a ponta da sombra corre em uma linha reta em sincronia quase perfeita entre leste e oeste”, explica Dash. Ele também diz, no estudo, que a margem de erro é pequena e leva ao sentido anti-horário, similar ao encontrado no alinhamento das pirâmides.

O experimento foi conduzido em Connecticut, nos Estados Unidos, mas o arqueólogo afirma que o mesmo acontece no Egito. Ainda assim, não há provas reais do que aconteceu de verdade. “Os egípcios, infelizmente, deixaram poucas dicas. Nenhum documento de engenharia ou planos arquitetônicos foram encontrados com explicações técnicas, demonstrando como eles alinharam qualquer um de seus templos ou pirâmides.”

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