As 20 raças de cachorro mais queridas do Brasil
Conheça um pouco da história e das particularidades de cada uma delas.
O Brasil tem cerca de 52 milhões de cães de estimação, segundo o IBGE. Mas algumas raças despontam no coração dos brasileiros. Compilamos dados de rankings como o censo da plataforma de hospedagem canina Dog Hero e de uma pesquisa do Instituto Qualibest para montar a lista das 20 raças mais populares do País. Vamos a elas.
Vira-lata: mistura autêntica
O vira-lata é uma paixão nacional. Ele aparece como o pet favorito dos brasileiros em diferentes pesquisas. A origem desses queridões remonta à própria existência dos cachorros. Afinal, antes de o homem iniciar as seleções controladas, a reprodução era guiada pela natureza.
O vira-lata, portanto, é um cão de raiz. De muitas raízes. A mistura genética é um dos seus trunfos. Como tem influências diversas, o Sem Raça Definida (SRD, sigla usada pelos veterinários) apresenta uma gama variada de tamanhos, cores e habilidades.
Menos propenso a doenças genéticas, o vira-lata tende a dar menos despesas do que os cães de raça. E esse despojamento pode ser o segredo da sua popularidade. Ele é gente como a gente. E não desiste nunca: o vira-lata tem uma grande capacidade de resistência e adaptação. Entretanto, requer cuidados como qualquer outro cachorro.
Vale ressaltar que o conceito de SRD varia de acordo com o lugar. Em países de língua inglesa, por exemplo, existem as mixed breeds (em português, raças mistas). A definição se refere a filhotes gerados a partir da mescla de duas raças conhecidas pelo criador.
Assim, se os pais forem um casal de poodle e shihtzuh, por exemplo, o cãozinho será considerado um shih-poo. O mesmo vale para o labsky, uma mistura de labrador e husky. Nos EUA, as competições reservam categorias para os híbridos.
Por aqui, o vira-lata tornou-se um símbolo negativo. E sem ter culpa alguma. O termo viralatismo foi criado para identificar a baixa autoestima do país quando algo dá errado. Começou com o fracasso na Copa de 1950. Após a derrota para o Uruguai, no Maracanã, o escritor Nelson Rodrigues cunhou a expressão “complexo de vira-lata”. O brasileiro, dizia ele, havia se tornado um vira-lata entre os homens. Pensando bem, não é de todo ruim.
Pug: na cola do dono
Um movimento suspeito ouriçou as orelhas pontudas de Pompeu. Havia cavalos, lanças e armaduras no horizonte. Era o exército espanhol que se avizinhava do acampamento holandês. O príncipe Guilherme de Orange acordou de sobressalto com as lambidas e os latidos de seu pug de estimação.
Para sua sorte, houve tempo de escapar do ataque inimigo. O ato heroico de Pompeu, em meados do século 16, valeu um lugar eterno para o pug como mascote da realeza da Holanda. A raça, aliás, tem origem nobre. Era uma das preferidas dos imperadores chineses – lá se vão 2 mil anos.
Na China, as pessoas gostam das dobras da cabeça do pug. O formato das rugas é semelhante a um símbolo chinês que significa boa sorte. Pequenino, o pug é um excelente cão de companhia. Mas saiba que ele é bem carente e nunca desgruda do dono – Guilherme de Orange que o diga.
Além disso, o cão pode ter a respiração barulhenta, devido ao focinho achatado. Isso impede agito e exercícios intensos. Outro cuidado importante: pugs amam comer e têm tendência à obesidade. Olho na balança.
Maltês: pelos terapêuticos
Os primeiros registros do maltês têm mais de 6 mil anos. E há uma controvérsia sobre a sua origem. Alguns especialistas creem que a raça – também chamada de bichon – surgiu na Ásia. Mas a teoria mais aceita aponta a ilha de Malta, próxima da Itália, como berço. Daí o nome. O maltês dava lucro aos marinheiros do passado. Acreditava-se que os pelos do cão podiam curar doenças. Então, os antigos usavam os fios para fazer luvas.
Shih tzu: deuses arteiros
Uma lenda diz que os lamas do Tibete criaram os shihtzus como um presente aos imperadores chineses. Outra: eles seriam a reencarnação de deuses arteiros. Isso talvez explique a fama de raça desobediente. Mas os shihtzus sempre foram bons cães de companhia. Os nobres chineses os usavam para esquentar os pés, por exemplo. O nome deles significa “pequeno leão” em chinês.
Buldogue: adorável brigão
Estamos na Inglaterra do século 12. Um grupo de homens vibra ao redor de um picadeiro. No centro, um touro furioso dá coices sem parar. O motivo: há um cachorro com os dentes cravados em seu focinho. As patinhas balançam no ar. O cão é corpulento, bravo e atarracado. Hoje, a luta dele é contra o touro.
Amanhã, pode ter de encarar um urso. A origem dos buldogues é, no mínimo, bizarra. Eles eram cães de briga que enfrentavam adversários com dez vezes o seu tamanho. Por isso, os criadores privilegiavam os exemplares mais ferozes, musculosos e resistentes à dor. Foi assim até o começo do século 19, quando os britânicos baniram esse tipo de divertimento. A proibição alterou a forma como a raça era selecionada. Dali em diante, os filhotes mais dóceis ganharam privilégio.
E o resultado pode ser visto hoje em qualquer parque mundo afora. O buldogue inglês preservou a cara de mau, mas se tornou um bichinho muito amável. São ótimos cães de companhia – especialmente se o dono não é chegado ao agito. É que esses mascotes costumam ter pouco fôlego, em razão do focinho curto, que dificulta a respiração. Já o buldogue francês é mais ativo. Gosta de brincar e correr. A história dessa variante da raça tem algumas versões.
Uma delas diz que eles eram excluídos das ninhadas de buldogues por serem menores e menos musculosos. Alguns filhotes foram levados à França por artesãos ingleses. Lá, cruzaram com os terrier boules – exímios caçadores de ratos, egressos da Bélgica. Daí surgiram os bouledogues, como os franceses os chamam ainda hoje.
No início do século 20, o cão virou febre em Paris. Era a raça dos artistas e intelectuais. As mulheres os amavam: dóceis, fortinhos e com caminhar malemolente, os buldogues eram comparados aos malandros da boemia parisiense. Os dois buldogues guardam algumas diferenças. O inglês é maior, tem mais dobras na pele e a orelha caída. Já o francês tem as orelhas pontudas como as de um morcego.
Pit bull: luta contra a genética
Terriers nasceram para cavar. Hounds surgiram com o intuito de ajudar na caça. Pastores eram peões de fazenda. E pit bulls foram feitos para brigar com outros cachorros. O cerne das polêmicas envolvendo essa família de cães está relacionado à sua função original.
Em 1835, o Reino Unido proibiu o bull-baiting – as lutas entre cachorros e touros. Quem apreciava esses eventos logo migrou para as rinhas de cães, que necessitavam de menos espaço. Mas os buldogues eram meio lentos para esse combate. Os criadores, então, passaram a cruzá-los com raças ágeis, como os terriers. A ideia era combinar velocidade e força.
Surgiram exemplares musculosos e rápidos, de cabeça grande e focinho mais curto. Ou seja, ideais para a luta. A primeira raça a aparecer foi o staffordshire bull terrier. Levado aos EUA, o cão deu origem ao american pit bull terrier e ao american staffordshire terrier. Atualmente, a família dos pit bulls abrange diversas raças – incluindo red nose, monster blue e red devil, entre outros.
Todas carregam um instinto de agressividade adormecido em seu DNA. Não significa que serão violentas. O segredo está na forma como essa propensão é estimulada. Um filhote de pit bull pode tornar-se um adulto dócil se receber orientação correta. A tarefa de equilibrar a inclinação genética cabe ao dono.
O alerta maior é para a relação com outros cães: mesmo em uma brincadeira, se um pit bull se sentir desafiado, pode tornar-se agressivo. Ainda assim, incidentes envolvendo ataques fatais a pessoas resultaram na elaboração de leis restritivas em diversos locais. Na Dinamarca, é proibido ter um pit bull. Rio de Janeiro e Santa Catarina são exemplos de Estados que impedem a criação e a venda desses cães – além de obrigarem os donos a castrá-los. Grupos de defesa travam uma batalha contra essas resoluções, alegando que, a longo prazo, podem levar à extinção da raça.
Spitz alemão: o nosso lulu
No Brasil, a raça é mais conhecida como lulu da pomerânia. Mas o lulu é a menor apresentação dessa família de cães. Ou seja, é um spitz alemão anão (ou toy). São cinco variações – com portes que vão dos 20 cm aos 50 cm de altura. A confusão acontece porque os EUA e o Reino Unido classificam os cães de outra forma – e dissociam o menor exemplar do spitz alemão.
Lá, ele é chamado de pomeranian – ou “pom”. O nome vem de uma região que se estende pelo norte da Alemanha e da Polônia, às margens do Mar Báltico. A Pomerânia é o berço do spitz alemão. E também é um lugar muito frio. O aspecto de bichinho de pelúcia foi importante para garantir a sobrevivência do cão nas baixas temperaturas.
Atualmente, o pelo gera alvoroço: as tosas do tipo ursinho e leãozinho explodem o fofurômetro da web. Não à toa, o cão mais popular do Instagram é um lulu. Outra coisa que mantinha o spitz aquecido na Pomerânia era o comportamento espevitado. A raça é muito agitada e curiosa. Quando passeia, o lulu costuma correr e latir sem parar. Adestrá-lo desde filhote é a receita para conter essa impertinência.
Dachshund: o destemido salsicha
“Imagine um dachshund que vai de Nova York a Londres. Puxe o rabo em Londres, e o cão uivará em Nova York.” Era assim que Albert Einstein explicava o conceito do telégrafo sem fio.
O físico alemão tinha um dachshund de estimação. A raça surgiu na Alemanha e foi criada para caçar texugos – roedores que vivem em buracos no chão.
Com o corpo e o focinho alongados, o salsicha conseguia entrar facilmente nas tocas. Em geral, o dachshund tem uma personalidade forte. É teimoso e destemido, podendo até enfrentar cães maiores. Os alemães adoram essa autoestima. Tanto que o dachshund é considerado o símbolo da Baviera, o maior Estado do país.
A identificação já gerou problemas. Após a 1ª Guerra, dachshunds eram apedrejados em países que haviam lutado contra os alemães. Mas a bronca cessou com o tempo.
O segundo mascote das Olimpíadas foi um dachshund – Waldi, escolhido para os Jogos de Munique, em 1972. Antes dele houve o boneco Schuss, criado para promover a edição de inverno de 1968, em Grenoble, na França. Em 2018, a cidade alemã de Passau criou um museu dedicado aos linguicinhas.
Pastor alemão: 1001 utilidades
Boa parte das habilidades do pastor-alemão se devem a Max Von Stephanitz e Arthur Mayer. Os dois criadores alemães iniciaram o melhoramento da raça em 1899, fundando uma organização dedicada a aprimorá-la. O intuito era gerar um animal útil não só em fazendas, mas em múltiplas frentes. O cão Hektor Linksrhein, adquirido em uma exposição, foi usado como modelo para a raça pretendida. Ele era inteligente, hábil e obediente, além de ter o porte semelhante ao de um lobo.
O pastor se disseminou após a 1ª Guerra, quando exércitos inimigos da Alemanha levaram filhotes para seus países. Aliás, a raça mudou de nome em alguns lugares. Os ingleses os chamaram de lobo da Alsácia – uma região francesa fronteiriça ao território alemão. Já os americanos adotaram o termo cão pastor. Tudo para ocultar a origem germânica, devido à rivalidade surgida na guerra.
Ainda assim, foi nos EUA que o pastor teve seu boom, devido ao sucesso de Strongheart e Rin-Tin-Tin, astros de Hollywood nos anos 1920 e 30. O pastor-alemão é a terceira raça mais inteligente – só atrás do border collie e do poodle.
Basset: em nome do olfato
O orelhudo basset é ótimo de faro. Na seleção genética, os criadores reduziram o tamanho de suas patas para deixá-lo próximo do chão – e, assim, apurar seu olfato. É que o basset era usado para caçar presas de pequeno porte, como lebres e coelhos. Hoje, tornou-se um perfeito cão de companhia. Não se engane com os olhos caídos e o jeitão meio cabisbaixo. O basset é afetuoso e companheiro, além de muito inteligente.
Schnauzer: no fio do bigode
O bigodão é a marca desse mascote. Esperto e apegado ao dono, o schnauzer costuma ser alegre e, por vezes, meio temperamental. É do tipo que fala na cara. Ou melhor, late. Se não simpatiza com um convidado ou outro animal, o barbudinho deixará isso bem claro. Não à toa, os alemães apelidaram o schnauzer de “vovó ranzinza”. Por ser impetuoso, é considerado um cão de alerta.
Poodle: sem restrições
O poodle é um cão com argumentos irresistíveis. Para começar, a raça não provoca alergias. Reações oriundas dos cães se devem, em maior parte, à ação da proteína Can F1, presente na saliva. E o poodle tem a menor concentração desse agente entre os cães.
Não quer a casa cheia de pelos? Eis uma das raças que menos os solta. A exigência de escovação diária é só para impedir a formação de nós entre os cachinhos do poodle. Sem tempo para adestrar? Adivinhe: esse é o segundo cão mais inteligente do mundo, atrás apenas do border collie.
Não quer sofrer quando ele se for? O poodle não chega a ser imortal, mas está entre os cães com maior expectativa de vida – cerca de 14 anos, em média. Além disso, ele é dócil, obediente e simpático. Embora carregue a pecha de “cachorro de enfeite”, o poodle surgiu para pegar pesado no trabalho.
Sua função era buscar as caças que caíam nos rios (o que faz dele um retriever). Até aquele penteado espalhafatoso, com pouco pelo nas patas e bastante na cabeça e no peito, foi pensado para a labuta. Chamado de “tosa leão”, o corte diminui o atrito com a água e protege as áreas vitais.
Rottweiler: fama de mau
O rottweiler está entre as raças que sofrem preconceito em razão de sua pretensa agressividade. Um dos mitos mais difundidos afirma que o cérebro do cão cresce além da capacidade do crânio – e a pressão interna poderia desencadear ataques repentinos. Balela: a disfunção até existe, mas é raríssima. Só ocorre se houver tumores localizados na região. E não é notada apenas no rottweiler, mas em qualquer raça. Ainda assim, esses grandalhões tendem a apresentar comportamento territorial e dominante. Ou seja, precisam receber adestramento desde pequenos para entrar na linha. Mas eles aprendem rápido.
Com orientação e afeto, o rottweiler torna-se uma doçura. Tanto que a raça é utilizada em terapias. São muito brincalhões e apegados ao dono. Necessitam de bastante espaço. Se ficarem fechados, tendem a se estressar. Aí, quem vai sofrer são os móveis do tutor, que podem acabar roídos ou estraçalhados. A inteligência, o corpanzil e a postura intimidadora também fazem do rottweiller um exímio cão policial e de guarda.
Labrador: na onda de Marley
O casal John e Jenny adotou um labrador que cabia numa caixa de sapato. Mas aquela doçura logo se transformou num mastodonte capaz de virar a casa de cabeça para baixo. Seu nome: Marley. O astro do filme Marley e Eu, lançado em 2008, fez muita gente chorar e ajudou a colocar a raça em evidência.
Hoje, o labrador é o preferido em diversos países, como EUA e Austrália. Afetuoso e leal, Marley existiu de fato – pertenceu a John Grogan, autor do livro que inspirou o longa. E é um exemplar típico da raça. O labrador é ativo, adora correr e brincar.
Mas sabe se adaptar às situações. Vai bem como cão-guia e também ajuda em resgates. O olfato apurado lhe permite encontrar vítimas de avalanches enterradas em até 6 m de neve. A raça descende do cão-de-são-joão, originário da província canadense de Terra Nova e Labrador. Hoje extinto, ele ajudava os pescadores a recuperar peixes caídos das redes.
No século 19, o país elevou impostos sobre os cães para proteger os rebanhos de ovelhas. O cão-de-são-joão só não sumiu à época porque dois ingleses haviam levado filhotes para a Europa. Os exemplares dessa criação passaram a ser chamados de labradores.
Pinscher: o minidobermann
O pinscher é muito confundido com o chihuahua. Ambos são pequeninos e nervosinhos, mas o pinscher tem o pelo sempre curto, com cores que vão do caramelo ao preto. Ele chega a ser ainda mais desconfiado do que o seu sósia. Por isso, é um ótimo cão de guarda, considerado uma miniatura do dobermann. Cuidado antes de esmagar um pinscher num abraço, pois a raça tem ossos frágeis e sofre fraturas com facilidade.
Lhasa apso: mimo sagrado
O lhasa apso surgiu há 500 anos para atuar como guardião dos mosteiros do Tibete. Era considerada um raça sagrada, pois a alma de antigos lamas habitaria o corpo desses cães. Os lhasas não podiam ser vendidos – apenas presenteados, como um voto de boa sorte. Na década de 1930, o Dalai Lama agraciou um casal americano com uma ninhada, e os peludinhos se espalharam pelo continente.
Golden retriever: pura simpatia
Dudley Marjoribanks, o Barão de Tweedmouth, era um político escocês e criador de cães. No século 19, ele queria produzir uma raça de porte médio, obediente e fácil de treinar. O cão teria de nadar em água gelada para pegar peixes e acompanhar os caçadores de aves nas florestas. Hoje, a raça elaborada por Lord Tweedmouth tornou-se o sonho de consumo de boa parte dos cachorreiros do mundo. O belo golden retriever é o quarto colocado no ranking de inteligência canina, do especialista Stanley Coren.
Amáveis, esses cães são utilizados em terapias e também como guias para cegos e cadeirantes. O golden, aliás, não é o mais indicado para guarda. É que eles são queridões com todo mundo, e não apenas com os donos. A raça é confundida com o labrador, devido à semelhança do porte e das tonalidades do pelo – embora os fios sejam mais longos. O golden também é bastante ativo, mas não chega a ser tão travesso quanto os primos de Marley. Embora doce, ele pode brincar de forma abrupta com as crianças e até criar certa rivalidade. Isso porque o golden tende a enxergá-las como irmãos da mesma matilha.
Yorkshire: xodó das estrelas
Lindsay Lohan, Britney Spears, Paris Hilton e Venus Williams. O que elas têm em comum além da fama e da riqueza? Todas têm – ou tiveram – um yorkshire como animal de estimação. Meigo, esperto e companheiro, ele é um dos queridinhos das celebridades. O segredo dessa predileção pode estar relacionado a um detalhe estético. É que o pelo do yorkshire é muito bonito. Além disso, não para de crescer. Finos e sedosos, os fios são quase como cabelos humanos. Ou seja, dá para inventar vários penteados diferentões e exibir o mascote por aí.
A raça, como sugere o nome, foi criada no condado de Yorkshire, na Inglaterra, por volta de 1800. E a sua origem não tem lá muito glamour. O cão surgiu para ajudar camponeses a caçar roedores em tocas subterrâneas, pois o porte pequeno facilitava o acesso aos buracos. Foi essa estrutura mignon que ajudou a yorkshire Smoky a se tornar uma heroína do Exército americano na 2ª Guerra.
Border collie: o Einstein canino
A cadelinha Chaser, dos EUA, consegue identificar 1.200 objetos pelo nome. Só para comparar: segundo Stanley Coren, um cão treinado pode entender até 165 palavras e sinais. Os 20% mais espertos chegariam a 250. Ao longo de três anos, Chaser recebeu um treinamento específico no Wofford College, da Carolina do Sul. Ela entrou no Guinness por possuir a melhor memória do mundo animal.
Striker, da Hungria, também está no Livro dos Recordes. Ela consegue abrir a janela de um carro em 11,34 segundos. É o tempo de girar a maçaneta do vidro até o fim – um feito e tanto para quem só tem as patas e a boca como apoio.
Ambas são da raça border collie, considerada a mais inteligente de todas. A função original desses cachorros era o pastoreio – e eles já se destacavam nas fazendas. Os proprietários diziam que o cão quase não precisava latir, pois hipnotizava os rebanhos com o olhar. De fato, o border collie está sempre atento aos olhos do dono. Basta uma piscadela para o dog entender um comando. É um dos cachorros mais aptos ao adestramento. O border collie também é o que mais se sobressai nas competições de agility, um circuito com obstáculos e tarefas, inspirado no hipismo. A raça tem categorias e rankings exclusivos.
Beagle: rebelde com cauda
Um beagle que voava em sua própria casinha de cachorro foi o grande adversário do alemão Manfred von Richthofen, o Barão Vermelho, considerado o maior piloto de caça da história. Bom, ao menos na imaginação de Snoopy, eles travavam batalhas incríveis durante a 1ª Guerra Mundial.
Criado pelo desenhista americano Charles Schulz, em 1950, o beagle de Charlie Brown talvez seja o cão mais famoso da ficção. Ele foi inspirado em Spike, o cachorro de Schulz – que não era um beagle, mas um mestiço de pointer. Snoopy é cheio de personalidade. Gosta de contrariar as ordens de seu dono e, não raro, o constrange. É que a raça é meio teimosa mesmo.
Colocar um beagle na linha pode ser um desafio até para os tutores mais experientes. Como curte uma zoeira, o beagle precisa de espaço para extravasar toda a sua energia. Além disso, a raça tem um olfato excelente. Tanto que é muito usada para farejar coisas ilegais em aeroportos. Por ser dócil e não muito grande, o beagle não assusta os passageiros enquanto trabalha.