Asfalto também pode poluir o ambiente, mostra estudo
Não bastasse a fumaça que sai do escapamento de carros, o betume de que as estradas são feitas também tem culpa no cartório.
Não é apenas a fumaça que sai do escapamento de carros: analisando amostras de estradas de Los Angeles, na Califórnia, cientistas da Universidade Yale mostraram que o betume, material de que é feito o asfalto, também ajuda a piorar a qualidade do ar.
Isso acontece porque a matéria-prima para construção de estradas e rodovias é um derivado de petróleo. Sendo assim, ela libera grandes quantidades de compostos voláteis, como acenaftileno, antraceno e fluoretano.
Após liberados, esses compostos sofrem uma reação e se transformam no que os cientistas chamam de material particulado “PM 2.5″. Ganham esse nome partículas de sujeira com até 2.5 micrômetros de tamanho. Além de poluírem o ar, elas podem ser tóxicas ao ser humano se inaladas.
Segundo demonstrou o estudo, essa liberação de compostos químicos acontece especialmente em dias mais quentes. Ou em situações que o asfalto esteja quente, como o momento em que uma via está sendo recapeada, por exemplo.
A emissão dobra se a temperatura do asfalto pula de 40°C para 60°C – algo fácil de acontecer durante o verão na costa oeste dos Estados Unidos. Bombardeadas por raios UVA e UVB (a mesma radiação que o Sol emite) por 18h à fio, as amostras emitiram até 300% mais material particulado.
E, dependendo do calor, a emissão causada pelo asfalto pode bater de frente com a que é gerada pelos veículos. Como destaca a revista Science, enquanto automóveis emitem algo entre 900 e 1.400 toneladas anuais de poluição no sul da Califórnia, a criação de novas estradas joga pelo menos 1.000 toneladas de sujeira para a atmosfera.
Você por ler o estudo, publicado na revista científica Science Advances, clicando aqui.