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Astronautas testarão primeiros experimentos de mineração espacial

Mini-reatores recém-chegados à ISS vão avaliar como micróbios mineradores se comportam em órbita — e como podem facilitar a extração de minerais no espaço.

Por A. J. Oliveira
Atualizado em 1 ago 2019, 18h58 - Publicado em 30 jul 2019, 18h48

Se a humanidade um dia quiser criar raízes fora da Terra, terá que aprender a extrair minérios de outros corpos celestes. A boa notícia é que recursos do tipo existem aos montes também em outros cantos da galáxia. Já sabemos que asteroides – e mesmo a Lua – são ricos em metais e minerais importantes para nossa civilização. Se dominamos a tecnologia necessária para explorá-los em quantidade suficiente, aí já é outra história.

Com o intuito de desenvolver novas técnicas e obter insights que podem ser decisivos para a abertura dessa nova fronteira, pesquisadores criaram experimentos de mineração espacial que acabam de chegar à ISS (Estação Espacial Internacional).

Eles partiram a bordo de um Falcon 9, nave da SpaceX, na última quinta (25) e foram desenvolvidos ao longo dos últimos 10 anos por cientistas da Universidade de Edimburgo, na Escócia. O objetivo dos protótipos é testar como certos tipos de micróbios podem ser utilizados para ajudar a extrair minérios das rochas espaciais. É isso mesmo que você leu, micróbios.

A chamada “biomineração” é uma alternativa comum aqui na Terra: micróbios diversos são aproveitados pela indústria pois facilitam a obtenção de substâncias valiosas. Minérios como ferro, cálcio e magnésio são retirados das rochas pelo simples funcionamento natural do metabolismo desses microrganismos. Os experimentos pioneiros pretendem investigar como a ausência de gravidade do espaço afeta os superpoderes mineradores dos bichinhos.

Astrobiólogos britânicos desenvolveram reatores de biomineração que têm o tamanho de caixas de fósforo. Dezoito deles foram lançados para a estação espacial. Astronautas irão adicionar pedacinhos de basalto, tipo de rocha bastante comum na Lua e em Marte, em cada um dos dispositivos, onde vão se misturar a uma solução rica em bactérias. As condições ali dentro pretendem simular como se os micróbios estivessem minerando no planeta vermelho ou em um asteroide. Conforme eles prosperam e formam colônias, criam camadas nas superfícies que são chamadas de biofilmes – o que pode oferecer informações sobre como se reproduzem no espaço.

Após três semanas operando em órbita, os experimentos serão mandados de volta à Terra para que a equipe escocesa analise os resultados em um laboratório da Universidade Stanford, nos EUA. Espera-se que o estudo também forneça informações relevantes sobre o crescimento dos biofilmes e a biomineração aqui na Terra. Quem diria que os micróbios não poderiam ser grandes aliados para nos ajudar na conquista do espaço?

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