Astrônomos encontram estrela candidata a irmã gêmea do Sol
O Sol possui milhares de "parentes" espalhados pela Via Láctea, nascidos na mesma época que ele mas que se distanciaram com o tempo. Conheça um deles.
O Sol nasceu há 4,6 bilhões de anos e, com ele, milhares de outras estrelas também. Naquele momento, o amontoado de moléculas, gases e poeira interestelar criou objetos astronômicos com características e composições semelhantes. Infelizmente, como em um roteiro de novela mexicana, essas estrelas irmãs foram separadas na maternidade, distanciando-se e se espalhando pela galáxia.
Nesta semana, uma pesquisa publicada na revista Astronomy & Astrophysics diz ter encontrado uma das irmãs perdidas do Sol. O nome dela? HD 186302, localizada a 184 anos-luz da Terra. A equipe de pesquisadores, liderada pelo cientista Vardan Adibekyan, da Universidade do Porto, em Portugal, fez as vezes de programa de auditório e localizou a parente desaparecida. Eles analisaram mais de 17 mil estrelas catalogadas pelo Observatório Europeu do Sul.
Desse enorme banco de dados, 55 estrelas foram pré-selecionadas por apresentar características semelhantes às do Sol e, a partir daí, análises minuciosas da composição química de cada uma fez com que se encontrasse a HD 186302.
Fraternidade estelar
Não é a primeira vez que uma descoberta do tipo é anunciada. Em 2014, astrônomos dos EUA encontraram uma estrela irmã do Sol a 110 anos-luz da Terra. Em 2013, um time de brasileiros conseguiu localizar a irmã mais velha do astro do nosso Sistema Solar. Vasculhando os arquivos da SUPER, dá pra achar notícias do tipo de 1997.
“Como não há muitas informações sobre o passado do Sol, estudar essas estrelas pode nos ajudar a entender onde e em que condições ele se formou na galáxia”, disse Vardan ao site Phys.org. O tamanho da HD 186302 é levemente superior ao do Sol, e sua superfície, composição e idade são similares.
A procura por estrelas irmãs do astro rei também ajuda a ciência na busca por planetas similares à Terra (e, por tabela, na procura por condições propícias à vida). Os astrônomos acreditam que, uma vez que esses astros foram criados juntos e por substâncias parecidas, há chances de que eles também abriguem planetas habitáveis em suas órbitas Via Láctea afora.
Não por acaso, o próximo passo da pesquisa que descobriu a irmã mais recente será justamente ir atrás desses corpos celestes.