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Bebês com três pais podem se tornar realidade em 2017

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Atualizado em 11 mar 2024, 10h51 - Publicado em 23 jun 2016, 15h00

Cientistas britânicos anunciaram um novo método de reprodução que pode salvar as vidas de bebês que nasceram com uma rara doença hereditária. O tratamento, que foi revelado em um artigo na revista científica Nature, aponta para a possibilidade de um bebê ter duas mães diferentes.

O procedimento, controverso, consiste na substituição de uma pequena quantidade de DNA defeituoso no óvulo de uma mãe pelo DNA saudável de outra mulher. Isso significa que as crianças herdam os genes de um pai e de duas mães.

O objetivo por trás do processo é reduzir as chances de bebês nascerem com doenças mitocondriais, como dificuldades respiratórias e fraqueza muscular, que são transmitidas apenas pelas mães. Apesar de raras, elas podem ser fatais antes de a criança entrar na fase adulta.

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Para realizar a troca de DNAs, os pesquisadores utilizaram uma técnica chamada de “transplante antecipado pronuclear”. Nela, o núcleo do gameta (célula sexual) da mãe com DNA defeituoso é substituído pelo núcleo do gameta da mulher saudável. Isso é feito antes que o processo de reprodução das células (meiose) comece.

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Estudos anteriores demonstraram que o processo era tecnicamente viável em óvulos humanos anormalmente fertilizados. Contudo, segundo os cientistas, eles não conseguiram se desenvolver. Assim, em resumo, o novo método não afeta negativamente o crescimento do embrião.

“Este estudo utilizando óvulos humanos normais é um grande avanço, pois previne a transmissão da doença mitocondrial. Além disso, nós não encontramos nenhuma evidência de que a técnica não é segura”, afirma Doug Turnbull, coautor da pesquisa, ao site The Independent.

Entretanto, ele adiciona que um de seus estudos feitos com células-tronco revelou que a técnica pode não ser totalmente eficaz ao prevenir a transmissão das doenças. “Mas, para muitas mulheres que carregam essas mutações, o risco é muito menor do que conceber [uma criança] naturalmente.”

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O próximo passo da pesquisa é sua apresentação à Autoridade de Fertilização e Embriologia Humana (HFEA). Caso a instituição conceda uma licença para o estudo, o procedimento poderá ser disponibilizado como um tratamento para as mulheres que carregam a condição genética.

De acordo com Turnbull, para que os trabalhos continuem, o órgão regulador de pesquisa embriológica do Reino Unido ainda precisa aprovar o atual estudo, que foi realizado com mais de 500 óvulos de 64 mulheres. Ele espera, no entanto, que os primeiros bebês sejam “criados” até o final de 2017.

Antes mesmo de a pesquisa se revelar um sucesso, críticos da Igreja Católica e da Igreja da Inglaterra afirmaram que o tratamento afeta as vidas e as concepções de crianças desnecessariamente. Os defensores do estudo argumentam que ele poupa o sofrimento de famílias que carregam em seus genes essas graves condições.

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