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Capotauro: objeto misterioso observado pelo James Webb pode ser galáxia mais antiga já encontrada

Seria essa estranha estrutura uma galáxia que se formou 90 milhões de anos após o Big Bang, na infância do Universo?

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 28 out 2025, 18h28 - Publicado em 28 out 2025, 18h00

Usando dados do Telescópio Espacial James Webb, astrônomos italianos identificaram uma misteriosa estrutura cósmica que pode ser o objeto mais distante já avistado. Não se sabe com certeza o que é o “Capotauro”, mas uma das hipóteses é que ele seja a galáxia mais antiga já encontrada, formada ainda nas primeiras fases da infância do Universo.

As informações estão em um preprint, ou seja, um artigo que ainda não foi revisado por outros pesquisadores e publicado em uma revista científica. Desta forma, são apenas dados preliminares. 

O nome oficial do tal corpo celeste é CEERS U-100588, mas os astrônomos da Universidade de Pádua, na Itália, apelidaram-no de “Capotauro” em homenagem a uma montanha italiana. 

 

 

O que é o Capotauro?

Quanto mais distante um objeto espacial está de nós, maior é o comprimento de onda da luz emitida por ele. Como comprimentos de onda mais longos são avermelhados, esse fenômeno é conhecido como redshift, ou “desvio para o vermelho”.

A galáxia mais distante (e, portanto, mais antiga) já detectada é a MoM-z14, encontrada em maio de 2025 também pelo James Webb, que tem um redshift de 14,4. Isso significa que ela foi formada apenas 280 milhões de anos depois do Big Bang – ou seja, no comecinho da história do Universo, que tem idade estimada 13,8 bilhões de anos.

Talvez o Capotauro esteja prestes a quebrar esse recorde. Uma possível explicação para os dados detectados pelo James Webb é que o objeto seja uma galáxia muito distante, com um desvio para o vermelho de 32. Isso significa que estaríamos observando uma luz emitida quando o Universo tinha apenas 90 milhões de anos, um recém-nascido. Se essa hipótese for confirmada, será a galáxia mais antiga já identificada.

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Essa seria uma descoberta bastante curiosa: os modelos cosmológicos mais aceitos atualmente não preveem que seja possível a formação de uma galáxia tão cedo. Isso porque levaria mais tempo para que estrelas fossem formadas a partir do acúmulo de gases. Se o Capotauro realmente for uma galáxia formada num Universo recém-nascido, significa que os modelos atuais precisam ser atualizados.

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Há outras hipóteses em jogo, porém. Os dados detectados também seriam explicados por um objeto muito menos extraordinário e bem mais próximo: uma anã marrom fria, localizada nos confins da nossa galáxia. Anãs marrons são objetos “subestelares”, ou seja, um meio termo entre um planeta e uma estrela. Apesar de serem maiores que planetas, elas não são grandes o suficiente para sustentar reações de fusão nuclear como o nosso Sol – e, por isso, emitem pouca luz.

Mesmo se Capotauro for, na verdade, uma anã marrom, ele ainda seria enigmático: os dados indicam que esta seria a anã marrom mais distante já encontrada, além de a mais fria – sua temperatura seria de apenas 27 ºC, segundo as estimativas do artigo.

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Outra explicação possível é que o Capotauro seja, na verdade, um planeta errante na Via Láctea passando pelo campo de visão do James Webb, gerando um sinal que foi confundido com o de uma galáxia muito distante.

Ainda não dá para concluir nada sobre esse misterioso suspeito, e os cientistas estão cautelosos. Primeiro, o artigo precisa ser validado por outros cientistas e publicado num periódico. Depois, o ideal é tentar observá-lo com mais precisão, usando o próprio James Webb.

 

 

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