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Cidades ficam quase 0,5º C mais quentes em dias úteis

Não é só impressão sua: de segunda à sexta-feira os dias são mais escaldantes do que nos fins de semana.

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
24 jan 2017, 17h46

Se o calor parece pior durante os dias de semana, não é apenas porque você está trabalhando, longe de qualquer piscina. Em dias úteis, a temperatura nas cidades chega a ficar 0,3º C graus mais alta do que nos finais de semana.

A conclusão é de um estudo feito na Austrália, pela Universidade de Melbourne. Os pesquisadores analisaram dados sobre a temperatura em grandes centros australianos em um período de mais de 50 anos.

O que notaram é que existe um ciclo semanal dentro das cidades. A temperatura vai subindo a partir de segunda-feira e atinge o pico entre quinta e sexta-feira. Já as manhãs de sábado e domingo tendem a ser quase meio grau mais frescas do que as dos dias anteriores.

Ciclos semanais não são naturais, então o time decidiu investigar as causas humanas por trás da mudança de temperatura. E o trânsito parece estar diretamente ligado com os picos de calor que temos durante os dias úteis. Isso porque a maior diferença entre dia útil e fim de semana se dá no rush da manhã, logo quando as pessoas se acumulam nas ruas para ir ao a trabalho.

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Nas cidade australianas, assim como nos centros brasileiros, os trabalhadores vêm de cidades próximas ou de bairros afastados, todos em direção ao centro. É só pensar na Grande São Paulo ou na Grande Rio. Essa movimentação toda de carros, transporte público e enormes prédios de escritório operando à força total gera calor – e poluição que, por sua vez, prende esse calor, impedindo que ele se dissipe durante todos os dias de expediente.

Calor também é gerado pela enorme concentração de gente nas grandes cidade. Quando as pessoas se espalham, diluindo as multidões (e levando com elas seus carros), a temperatura desce rapidamente: a pesquisa já mostra uma queda brusca de sexta para sábado.

O estudo se aprofundou em Melbourne, mas os pesquisadores notaram as mesmas tendências em outros grande centros de diferentes partes da Austrália. Outros estudos também apontam para ciclos semanais em Tóquio e em Moscou – ou seja, se tem uma coisa que une os trabalhadores do mundo é a reclamação de que a temperatura sobe sempre que a pessoa precisa trabalhar.

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