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Cientistas descobrem ancestral mais antigo do ser humano

O bicho feioso tinha ânus e boca no mesmo lugar e não media mais de 1 milímetro, mas deu origem a todos os vertebrados que você conhece.

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 jan 2017, 17h47 - Publicado em 31 jan 2017, 17h47

No centro da China, um time internacional de cientistas encontrou o fóssil do que parece ser o nosso ancestral mais antigo já conhecido. O bicho de 540 milhões de anos se chama Saccorhytus coronarius e seus restos mortais estavam muito bem preservados. Assim, a Universidade de Cambridge conseguiu fazer uma reconstrução artística que mostra mais ou menos a aparência deste tataravô da humanidade:

ancestral-do-ser-humano
(CAMBRIDGE UNIVERSITY)

Ele pode parecer monstruoso, mas na vida real não tinha mais do que 1 milímetro de tamanho e vivia no mar. Se pensarmos na evolução como uma árvore, o Saccorhytus estaria bem na raíz de grande parte das espécies que enxergamos hoje: deu origem aos galhos que se ramificaram em outros galhos e assim por diante até chegar no ser humano.

O Saccorhytus é a espécie mais antiga já encontrada de deuterostômio. Esse é o nome dado a todos os animais que têm embriões parecidos – e a principal semelhança é que eles formam o ânus antes da boca. A diferença é que este ancestral, antes de diferenciar os buracos, tinha um só. Pelo que o fóssil indica, ele se alimentava e jogava fora excrementos pela mesma abertura.

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Por esse mecanismo, os cientistas acreditam que o Saccorhytus tenha dado origem a todos os deuterostômios que se seguiram – e essa é uma família bem grande. Inclui vertebrados como nós, mas também equinodernos como as estrelas do mar e outros estranhos animais como os hemicordados.

Este Pai de Todos era simétrico, como outras tantas espécies que se desenvolveram a partir dele (inclusive a nossa). Ele também era coberto de músculos e uma espécie de pele fina e flexível, como a de um peixe, e provavelmente se movia na água contraindo essa musculatura primitiva.

Antes dessa descoberta, só conhecíamos antepassados de cerca de 510 milhões de anos de idade. Só que, por serem 30 milhões de anos mais desenvolvidos, eles já tinham começado a se diversificar em grupos diferentes. Assim, ficava difícil saber como era a aparência do antepassado daquela filharada toda. Com este novo estudo, se você tem um bocão ou uma cara mais redondinha, já pode culpar antepassados de mais de 500 milhões de anos atrás.

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