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Cientistas descobrem planeta mais quente já encontrado

Na superfície, o KELT-9b tem temperatura de 4.327 ºC. O calor tem muito a ver com a proximidade que está de seu sol – maior e mais quente que o nosso

Por Guilherme Eler
5 jun 2017, 22h16

Por si só, a descoberta de um novo exoplaneta não é mais algo que deixe os astrônomos lá tão empolgados. Só as principais sondas da Nasa já conseguiram identificar milhares dessas esferas rochosas estranhas à nossa Via Láctea – e, mesmo assim, até agora só a Trappist-1 nos permitiu sonhar com possíveis viagens interplanetárias. Além do que, o trabalho de garimpar o espaço atrás de novos vizinhos é algo que até amadores dão conta de fazer – como esse mecânico australiano, que descobriu logo quatro em um tapa só, há algumas semanas atrás.

Mas, dessa vez, falamos de algo diferente. Do KELT-9b, que você pode chamar também de “planeta mais quente que já se teve notícia”. O exoplaneta está a uma distância de 650 anos-luz da Terra, e ostenta em sua superfície uma temperatura na casa dos infernais 4.327 ºC. Sim, são 1.100 ºC a mais do que o recordista anterior. A descoberta foi feita por um grupo internacional de pesquisadores, e descrita neste estudo publicado na revista Nature.

Para que comecemos a suar só de pensar, basta olhar para os nossos vizinhos mais calorosos. Vênus, planeta mais quente do Sistema Solar, é quase nove vezes mais frio, com já insuportáveis 460 ºC. A efeito de comparação, o Sol que nos aquece tem temperatura média “apenas” 1.300 ºC maior que a do novo planeta. Falar que o KELT-9b é tão quente quanto uma estrela, portanto, não é nada exagerado. Sobretudo se compararmos com versões mais frias desses astros, como as estrelas vermelhas, com representantes na faixa dos 2.000 ºC.

Esse calor todo é explicado pela proximidade do KELT-9b em relação a uma estrela extremamente quente, que ganha em tamanho e temperatura do nosso Sol: a quase-xará KELT-9 ostenta 9.897 ºC na superfície e é 2,5 vezes maior. E o KELT-9b está tão perto dela que poderia completar uma órbita em um dia e meio. Isso é possível porque o planeta circula seu sol de forma diferente da que fazemos com o nosso. Enquanto vamos pela linha do Equador solar, o exoplaneta faz uma rota mais próxima dos pólos da estrela. Isso faz com que, por lá, um ano corresponda a 36 horas.

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Não bastasse isso tudo, sabe-se ainda que o novo planeta é cerca de três vezes maior que Júpiter, o grandalhão de nosso Sistema Solar. Porém, o KELT-9b possui a metade da densidade de nosso vizinho. Essa característica pode ser explicada pela atmosfera bizarra do exoplaneta, que o torna um verdadeiro balão de gás.

Sua cobertura gasosa é feita a partir de uma mistura nada convencional de hélio e hidrogênio. Isso porque os gases não estão sob a forma como conhecemos (He e H2). “Quase todos os elementos estão na forma de átomos. É quente demais para existirem moléculas”, disse Jonathan Fortney, professor da Universidade da Califórnia e especialista na análise de atmosferas de exoplanetas em entrevista ao Washington Post.

A radiação que o KELT-9b recebe de sua estrela maior faz com que moléculas não se juntem – o que torna a existência de água e CO2, por exemplo, impossíveis por lá. O que isso tudo quer dizer? Possibilidade zero de vida, é claro.

O nome que os cientistas deram ao planeta faz referência ao equipamento usado para descobri-lo. O conjunto KELT (Kilodegree Extremely Little Telescopes) fica no Arizona, EUA, e trabalha há 12 anos na identificação de corpos celestes.

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