Se você acha que as tartarugas das Galápagos são as maiores de todas, sentimos lhe informar que você está enganado. Entre 13 e 7 milhões de anos atrás (pouquíssimo tempo em escala geológica), a Stupendemys geographicus, uma tartaruga que podia alcançar quatro metros e pesar 1,25 toneladas, já existia.
E agora, cientistas encontraram um (baita) fóssil do animal. Os registros estavam no deserto de Tatacoa (Colômbia) e na região de Urumaco (Venezuela), que na época eram uma floresta tropical – uma proto-amazônia, digamos.
A Stupendemys, como o nome sugere, é realmente estupenda. Só pra ter uma ideia, o novo fóssil é 100 vezes maior que seu parente mais próximo, a tartaruga-de-cabeça-grande-do-Amazonas. Confira a foto do casco, comparado ao corpo do paleontólogo venezuelano Rodolfo Sanchez, um dos envolvidos na descoberta:
Os machos da espécie eram, provavelmente, bem briguentos. Eles eram equipados com grandes chifres encaixados em seus cascos próximos ao pescoço, essas eram suas armas em disputas por território e pelo coração das fêmeas. Elas, por sua vez, não apresentavam esse “extra”.
Analisando os resquícios de mandíbula, pesquisadores conseguiram supor qual era a dieta do bicho. Ele não tinha frescura, se alimentava de peixes, jacarés, cobras e moluscos, mas também não dispensava frutas e sementes.
Mas no fundo dos rios e lagos em que viviam, não estavam sozinhos e tinham o tamanho como principal aliado na luta contra predadores. Dividiam as águas com crocodilos gigantes, como o Purussauro e o Gryposuchus, que alcançavam, respectivamente, onze e dez metros de comprimento.
Considerando o animal como um todo, e não apenas o casco que vimos na imagem, o paleontólogo colombiano Edwin Cadena disse ao The Guardian que “Os maiores indivíduos dessa espécie eram do tamanho de um carro grande, se levarmos em conta a cabeça, o pescoço, o casco e os membros.” Medo.