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Cientistas encontram primeira prova fóssil de que dinossauros pescoçudos eram vegetarianos

Uma jovem saurópode morreu de barriga cheia – e os restos de comida deram pistas sobre a dieta desses gigantes pré-históricos.

Por Eduardo Lima
14 jun 2025, 16h00

Desde o primeiro filme de Jurassic Park, os saurópodes eram vistos como “vegessauros” na cultura pop. Esses dinossauros pescoçudos pareciam mansos a ponto de fazer cientistas e diretores de Hollywood concordar que eles só comiam folhas, mas sem nenhuma prova definitiva desse hábito alimentar.

Agora, um novo estudo chega com evidências fósseis para confirmar o vegetarianismo dos dinos – e mostrar que eles não eram muito fãs de mastigar.

Esses saurópodes são abundantes nos registros fósseis de 130 milhões de anos atrás. Já se imaginava que eles eram herbívoros por causa dos dentes pequenos, em forma de pino, e dos corpos enormes, desengonçados demais para perseguir presas.

Um fóssil descoberto em 2017 pode ajudar a elucidar os hábitos alimentares dos saurópodes. Judy (apelido do dinossauro a quem os fósseis correspondem) morreu de barriga cheia. O conteúdo de seu intestino foi investigado por uma equipe de pesquisadores da Austrália.

Os resultados dessa investigação intestinal foram publicados no periódico Current Biology. A pesquisa foi feita com um espécime de Diamantinasaurus matildae, mas os resultados podem dar indícios de comportamentos generalizados entre todos os dinos pescoçudos.

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Barriga fossilizada

Os paleontólogos australianos encontraram o fóssil de Judy, uma saurópode jovem com 10 metros de comprimento. Perto da pelve, acharam plantas fossilizadas, a primeira evidência de que esses animais realmente tinham uma alimentação baseada em folhas.

É raro encontrar “colólitos”, que é como os especialistas chamam esses restos de alimentos fossilizados na barriga dos dinossauros. Isso é especialmente mais complicado no caso dos herbívoros, já que as plantas se degradam e não deixam vestígios sólidos, como os ossos de alguma animal ingerido por um T-rex.

Essas folhas foram analisadas na busca por traços bioquímicos que pudessem revelar mais sobre a dieta dos saurópodes. Judy tinha um paladar amplo: os cientistas identificaram traços de folhagem de coníferas (árvores altas e imponentes) e compostos presentes em flores que cresciam rentes ao chão.

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Essa variedade combina com a hipótese que defende que os saurópodes comiam muita coisa, tudo da forma mais eficiente possível, para conseguirem sustentar o tamanho impressionante que tinham (mais de 20 metros de altura, na maioria das vezes – o triplo de um elefante). Não dava para ser fresco com o paladar, já que cada folha encontrada pelo caminho era importante para manter o shape.

As plantas fossilizadas não só revelam a dieta dos saurópodes, mas também como eles comiam. Não havia dentistas na época para avisar que um alimento deveria ser mastigado de 20 a 30 vezes antes de ser engolido. Os dinossauros pescoçudos praticamente não mastigavam a comida, só cortavam e engoliam. Quem fazia todo o trabalho de digestão, que podia durar até duas semanas, eram as bactérias intestinais.

Escavações futuras devem buscar mais colólitos em saurópodes para entender se características de Judy são individuais ou traços alimentares do grupo de dinossauros como um todo.

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