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Cientistas usam gelo para se comunicarem em códigos secretos

Pesquisa sobre bolhas de gelo secretas pode aprimorar tecnologias de degelo, construção lunar e estudo do clima por inteligência artificial.

Por Manuela Mourão
29 jun 2025, 19h00

Na era dos supercondutores, da computação quântica e da inteligência artificial, uma equipe de cientistas deu um passo atrás e encontrou no gelo uma nova maneira de armazenar informação. 

Pesquisadores da Universidade de Nagoya, no Japão, desenvolveram um novo método para armazenar informações temporárias em superfícies congeladas, usando uma combinação precisa de calor, sal e cristais de gelo.

A equipe demonstrou que é possível codificar mensagens simples em código Morse diretamente no gelo, sem necessidade de dispositivos eletrônicos ou materiais complexos.

O estudo, publicado na revista especializada Cell Reports Physical Science, descreve como pequenos pulsos de calor, aplicados a superfícies de gelo com concentrações controladas de cloreto de sódio (vulgo sal de cozinho), podem gerar cavidades com diferentes formatos. Esses sulcos correspondem a sinais de pontos e traços os blocos fundamentais do código Morse.

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Se a gravação no gelo em si já é uma técnica digna de filme de espionagem da época da Guerra Fria, a maneira como as mensagens são lidas não fica para trás. 

A leitura é feita por sensores térmicos capazes de distinguir as variações de calor associadas às diferentes formas das cavidades. A técnica é reversível: as mensagens podem ser apagadas com o derretimento ou fusão superficial do gelo e regravadas na mesma região, oferecendo uma plataforma de armazenamento temporário reutilizável. No vídeo abaixo, por exemplo, o computador mostra a criação e leitura das letras F e L.

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Segundo os autores, o sistema funciona com alta precisão e boa reprodutibilidade, além de não exigir componentes eletrônicos integrados à superfície. “Esse método representa uma nova abordagem para armazenar informações temporárias em materiais naturalmente perecíveis, com potencial para aplicações futuras em codificação de dados térmicos, sensores ambientais e tecnologias de segurança”, escrevem os pesquisadores no artigo.

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Os experimentos também mostraram que as mensagens em código Morse não são visíveis a olho nu, um recurso que pode ser explorado para formas discretas de armazenamento. Os dados só podem ser detectados por meio de câmeras térmicas ou sensores infravermelhos, o que acrescenta uma camada de confidencialidade ao sistema.

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