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Coalas têm superpoderes – e a ciência descobriu como eles funcionam

O sequenciamento genético desses animais fofos descobriu como eles conseguem se alimentar, basicamente, de veneno. E ainda pode salvá-los da extinção.

Por Felipe Sali
3 jul 2018, 16h45

Os coalas são animais curiosos. Eles vivem, literalmente, de veneno – se alimentam de folhas de eucalipto que, para a maioria dos mamíferos, contém substâncias tóxicas o suficiente para levar qualquer bicho à morte. Para os coalas, misteriosamente, isso não era problema nenhum.

Um artigo publicado na Nature Genetics finalmente entendeu o que está por trás desse “superpoder” – e revelou vários outros. O estudo, realizada pelo Centro Australiano de Genômica da Vida Selvagem, realizou o sequenciamento do genoma da espécie para entender mais sobre os coalas. E acabou descobrindo um paladar (e um fígado) muito mais poderosos que o normal.

Já imaginou ser capaz de determinar a tabela nutricional de qualquer comida só com uma lambida? Pois é exatamente isso que esses animais conseguem fazer.

Ao determinar quais genes estão ativos no coração, fígado e outros tecidos, a equipe de cientistas descobriu que os coalas possuem uma cópia extra de um gene que os ajuda a avaliar o conteúdo de água e o valor nutricional de uma folha só com uma lambida. Assim, eles são capazes de determinar quais alimentos são os melhores para a sua dieta.

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Mas com uma língua tão precisa, como é que eles decidem por ingerir comida que costuma ser tóxica? A pesquisa descobriu a resposta: pela primeira vez, foram identificados os genes responsáveis por desintoxicar o fígado dos bichinhos – que foi, provavelmente, um presente da evolução. Se o fígado dele dá conta de processar substâncias tóxicas a outras espécies, os eucaliptos se tornam um banquete exclusivo para os coalas – e assim, eles podem se alimentar sem precisar brigar por comida com outros animais. 

Mesmo com todos esses superpoderes, porém, os coalas não são tão resistentes quanto pode parecer. Estão na lista de animais ameaçados de extinção, em grande parte por causa das doenças e incêndios florestais. Sua dieta, apesar de evolutivamente vantajosa, os torna vulneráveis ao desaparecimento das florestas de eucalipto, que estão sofrendo com o desmatamento e mudanças climáticas.

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E além de tudo, os bichinhos sofrem profundamente com surtos de clamídia. A doença sexualmente transmissível atinge cerca de 50% dos coalas da Austrália.  Além de ser mortal, a doença também cega e os deixa inférteis.

A boa notícia é que o sequenciamento genético pode ajudar a salvar a espécie. Todos esses dados serão usados para o desenvolvimento de novas vacinas para os bichos, principalmente contra a clamídia,  Além disso, o mapeamento do genoma pode ajudar os conservacionistas a avaliar o parentesco dos animais e preservar a sua diversidade genética.

Hoje, existem cerca de 330.000 coalas vivos, sendo que apenas 43.000 podem ser encontrados em estado selvagem. A população dos animais foi dizimada em parte pelo comércio de peles que ocorreu entre 1879 e 1929.

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