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‘Cometa do século’ já é visto de vários lugares do mundo, veja fotos

O C/2023 A3 (Tsuchinshan-Atlas) está passando pelo nosso Sistema Solar e deve ficar visível no céu por algumas semanas.

Por Bela Lobato
Atualizado em 7 out 2024, 14h59 - Publicado em 4 out 2024, 18h00

Desde o final de setembro, o nosso céu tem um visitante especial: o cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-Atlas) está passando pelo nosso Sistema Solar. Talvez devido ao nome complicado, ele tem sido chamado de “cometa do século”.

Ele é visível a olho nu de vários lugares do mundo, e pode ser um dos mais brilhantes das últimas décadas. As previsões iniciais indicavam que o corpo celeste poderia brilhar mais do que o planeta Vênus no céu, mas ainda não é possível ter certeza se isso irá acontecer. 

Registros de um cometa.
Cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) sobre o Monte Sinai, na Península do Sinai, no Egito, capturado por Osama Fathi, em 28 de setembro de 2024, às 05h30. (Osama Fathi / BBC Sky at night/Reprodução)

O cometa já está visível no céu do Brasil desde o final de setembro. Ainda será possível avistá-lo até o fim do mês, embora ele fique cada vez mais fraco. O melhor período para observá-lo é no início de outubro.

O astrônomo Cássio Barbosa, professor da FEI (Fundação Educacional Inaciana), explica que é difícil fazer previsões exatas sobre cometas. Esses corpos celestes são compostos por diferentes combinações de gelo e rochas. 

Quando passam próximos ao sol, o gelo derrete mais rápido e reflete mais a luz solar, formando a cauda do cometa, que é visível e brilhante. Mas esse trajeto é incerto: muitos cometas explodem ao passar perto de estrelas ou são “puxados” pela força gravitacional.

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Por causa dessas diferenças, é difícil cravar o trajeto, a idade, e o comportamento dos cometas. “Quando o objeto entra no sistema solar, ele tem que passar pela influência de Júpiter e de Saturno, que são gigantes. E depois passa aqui perto do Sol. As influências gravitacionais não são lineares”, diz Barbosa.

Registros de um cometa.
Cometa C/2023 A3 Tsuchinshan-ATLAS, clicado por Jean Cursino, Caçapava, São Paulo, Brasil. (Jean Cursino / BBC Sky at night/Reprodução)

Existem, por exemplo, cálculos que apontam que o cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-Atlas) já teria passado pela Terra há 80 mil anos. Sobre isso, Barbosa pontua que é possível, mas “certeza, não dá pra ter.”

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O objeto fica visível especialmente do hemisfério sul. Ele pode parecer parado no céu, da mesma forma que, andando de carro em uma estrada, uma nuvem parece te acompanhar. “É uma questão de perspectiva e efeito do movimento. Aos poucos o cometa está se afastando, mas em uma escala gigantesca. Se a gente estivesse perto dele, veria ele viajando mais rápido.”, explica Barbosa.

Como enxergar o cometa?

As condições em que o observador se encontra fazem toda a diferença: o ideal é estar em um local escuro, afastado da cidade. As condições meteorológicas também afetam muito, já que é quase impossível enxergar o cometa em um local de céu enfumaçado ou nublado.

Até alguns dias atrás, o horário ideal para a observação do cometa era antes do nascer do Sol. Porém Barbosa explica que, após a volta do cometa ao redor do Sol, o horário ideal é logo após o entardecer. É bom estar em um ponto com o horizonte livre, sem prédios ou montanhas. 

 

Registros de um cometa.
Cometa C/2023 A3 Tsuchinshan-ATLAS capturado por Miguel Claro em Alqueva, 4Portugal, 29 de setembro de 2024. (Miguel Clarol / BBC Sky at night/Reprodução)
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O gaúcho Gabriel Zaparolli, por exemplo, olhava para a praia quando conseguiu a foto do cometa que é a capa deste texto e recebeu nesta sexta (4) o título de “Foto astronômica do dia”, da Nasa. O clique foi na Praia Grande, em Santa Catarina, durante o nascer do Sol do dia 30 de setembro, e exigiu boas doses de persistência, prática e sorte. 

“Após cerca de 12 dias de tempestades e fumaça atrapalhando a visualização, e várias noites sem dormir direito tentando fazer alguma observação, nos dias 28, 29 e 30 de setembro abriu uma janela incrível para observação do cometa.”, relatou o Zaparolli, que é astrofotógrafo, ao site A Folha Torres

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