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Como a vida de Elon Musk pode inspirar a sua

"Quando alguma coisa é suficientemente importante, você faz mesmo que as chances não estejam a seu favor"

Por Salvador Nogueira
Atualizado em 9 abr 2017, 14h29 - Publicado em 7 abr 2017, 17h39

Normalmente, histórias em que personagens vencem probabilidades extremamente desfavoráveis são desprezadas até na ficção, muitas vezes tidas como inverossímeis. Mas poucas coisas seriam mais improváveis que a vida e os resultados obtidos por Elon Musk.

Ele não é só um empreendedor de muito sucesso e visão. Estamos falando de um visionário altruísta, que não hesita em colocar seu próprio patrimônio em risco por valores que ele considera maiores. E dificilmente a humanidade vai sobreviver se não houver pessoas como ele. Musk hoje é nossa melhor aposta na compra de uma passagem para o século 22.

Por quê? Não é só porque ele tem uma visão panorâmica privilegiada dos problemas que a humanidade enfrenta. É também porque ele decidiu que ia atacar esses problemas ao mesmo tempo em que alavancava sua própria vida. É uma harmonia entre o coletivo e o pessoal difícil de atingir.

Muitos magnatas, uma vez aposentados e podres de ricos, decidem investir parte significativa de suas vastas fortunas em fundações dedicadas a causas humanitárias. ­E isso, claro, é absolutamente legítimo e digno de nota. Mas pegue o Bill Gates, por exemplo. O sujeito construiu seu imenso patrimônio ao tentar impor um monopólio no mercado da informática com o seu sistema operacional, o famoso (e por vezes famigerado) Windows. Depois que se aposentou, resolveu criar a Fundação Bill & Melinda Gates, maior organização filantrópica do tipo no mundo. Vamos e venhamos que há uma certa ironia em passar uma vida explorando o mundo para depois devolver. E não é isso que Elon Musk está fazendo.

A atitude dele é de ficar rico enquanto alavanca a humanidade. Ele quebrou monopólios e oligopólios, em vez de criá-los. E óbvio que deseja ver suas empresas sempre em vantagem competitiva, pegando as maiores fatias do mercado. Mas sempre tendo em vista que o objetivo maior é outro e mais nobre: viabilizar a existência humana no século 21 e além.

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Isso exige duas das melhores características do bicho homem: o espírito de bem coletivo e a inabalável crença num futuro melhor. São dois traços que, é lamentável dizer, sentimos falta em muita gente. Sinto-me tentado a incluir um “atualmente” ao fim da frase anterior, mas resistirei: pode muito bem ser uma inclinação derivada do viés de viver em meu próprio tempo. Na verdade, é bem provável que ao longo de toda a história as mesmas proporções de egoístas e altruístas, de malandros e explorados, de manipuladores e manipulados tenham existido. O importante aqui é que Musk nos lembra que não é preciso se prender à noção tradicional de que sempre se trata de um jogo com ganhadores e perdedores. Ele mostra que também há grandes benefícios à espera daquele que tiver a coragem de pensar diferente, de inovar pensando no bem comum, sem nunca perder de vista uma dose saudável de amor próprio e de preservação da qualidade de vida, claro.

As principais apostas de Musk para o futuro da humanidade ainda estão no ar. Será que podemos mesmo nos tornar uma civilização multiplanetária? Não seria tarde demais para reverter efeitos potencialmente catastróficos da mudança climática? Não sabemos. Mas a essa altura ele já nos mostrou que há recompensa para aqueles que preferem se manter otimistas e apostar no sucesso e no amanhã, a despeito de quaisquer probabilidades.

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