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Como cuidar da sua pele

Adotando alguns hábitos, você pode retardar a chegada dos efeitos do tempo na aparência e preservar sua carteira de identidade: a pele

Por Alexandre de Santi
Atualizado em 28 mar 2018, 18h26 - Publicado em 24 Maio 2016, 19h45

Pense num pêssego recém-colhido: sua casca é lisinha, aveludada, firme e com uma cor uniforme. À medida que os dias passam, porém, a fruta adquire um aspecto enrugado. Algumas partes da casca apodrecem, deixando manchas, e o aveludado dá lugar ao desidratado. Por dentro, o pêssego pode até estar pronto para ser consumido, mas você não consegue ver a parte interna. O que enxerga é a casca. Esse processo ocorre de maneira bem semelhante no seu corpo. A nossa pele é uma casca, um cartão de visitas para o mundo. Não é à toa que ela é a campeã em tratamentos anti-idade.

Na trajetória do envelhecimento, flacidez, rugas, linhas de expressão, manchas, depósitos de gordura localizada e as temidas papadas e pelancas logo batem à porta. Essas características aparecem por dois motivos principais. O primeiro está fora do nosso alcance. São os fatores ligados à genética, aos hormônios e à desaceleração natural do metabolismo. Chamados de “intrínsecos” pelos dermatologistas, eles não podem ser evitados, restando torcer para que os genes trabalhem ao seu favor. É no segundo motivo, porém, o dos fatores externos, que você pode atuar. Nossos hábitos e o meio ambiente influenciam diretamente na pele, como o sol, o fumo, o excesso de álcool, a má alimentação e a desidratação. E alguns cuidados, mais simples do que você imagina, podem fazer a diferença para retardar os efeitos da idade.

Sol: inimigo nº 1

Se você quer foco na luta contra o envelhecimento da pele, combata o sol. Quando incide sobre a nossa cútis, a radiação solar é absorvida pelas moléculas e transformada em calor, processo que provoca danos no DNA e, mais tarde, vai causar o aparecimento de manchas e rugas. Dos vários tipos de radiação que o sol emite (luz visível, infravermelho etc.), duas são mais letais: a ultravioleta do tipo A e a ultravioleta B. A UVB é aquela que causa as famosas queimaduras solares, e não conseguem penetrar profundamente, atingindo somente a camada mais externa da pele, a epiderme, onde estão células de defesa e proteção ao sol. Já a radiação UVA é uma espécie de “matador silencioso”, não revela sinais imediatos do seu dano. Ela penetra na derme, a segunda camada da pele, e pode alterar as fibras de elastina e colágeno, fundamentais na sustentação da cútis.

Grosso modo, o colágeno é uma molécula estrutural presente fora das células que deixa a pele firme, e a elastina é uma estrutura elástica (você deve ter adivinhado pelo nome) que permite que a pele retorne à forma original depois de esticada. Suas fibras têm o desempenho similar ao de uma borracha: quando novas, podem ser esticadas à vontade que, ao soltar, continuam firmes. Já mais velhas, depois de muito vai e volta, não retornam mais à forma original. No corpo, o colágeno e a elastina diminuem naturalmente com o passar dos anos, mas a alteração provocada pelos raios UVA pode acelerar o processo de flacidez. O contra-ataque vem em forma de protetor solar de, no mínimo, 30 FPS, que deve ser aplicado todos os dias, mesmo naqueles nublados ou com chuva. Outra solução é evitar longos períodos de exposição ao sol e bater em retirada.

Os nutrientes

Para ter uma aparência jovem por mais tempo, você deve entender que a sua pele precisa de nutrientes. Duas vias para nutri-la são a ingestão de água, que elimina resíduos que envelhecem a pele, e uma dieta balanceada. A terceira alternativa vem da farmácia: hidratar a pele pelo lado de fora. Cremes, géis e séruns abastecem a pele com  substâncias como vitaminas A, C e E e ácido hialurônico, acrescentados nos dermocosméticos. O sérum — que não é tão seco quanto o gel nem tão denso e oleoso quanto o creme — costuma ter concentração maior de ativos. No Brasil, sua aceitação é maior que a do creme, que, por sua vez, acaba funcionando mais como uma barreira física contra a perda de água. À base de água — ao contrário do creme, feito predominantemente de óleo —, o sérum facilita a passagem desses ativos através da pele em direção às células.

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Cada substância tem uma ou mais funções. As vitaminas A, C e E têm poder antioxidante; a vitamina C  ainda ajuda a eliminar manchas; e o ácido hialurônico — o mesmo usado para preenchimento na forma injetável — devolve o viço à pele. Nas próximas páginas, entenda o que a ciência diz a respeito dos dermocosméticos, que prometem verdadeiros milagres para a pele.

Sinal de fumaça

Na guerra contra o envelhecimento, fumantes já saem perdendo feio. O tabagismo provoca o que os médicos chamam de vasoconstrição, ou seja, diminuem o calibre dos vasos sanguíneos. As consequências são dificuldade de oxigenação dos tecidos, rugas precoces e coloração amarelada na pele. “Estudos mostram que o cigarro pode causar mais envelhecimento que o próprio sol”, diz a dermatologista Valeria Campos, assessora do Departamento de laser da Sociedade Brasileira de Dermatologia. O mesmo processo se repete quando abusamos de bebidas alcoólicas, outro péssimo hábito para quem deseja manter a pele bonita. O álcool estimula a formação de radicais livres, aquelas moléculas instáveis que danificam as células. A exceção é o vinho tinto, que, se consumido moderadamente, previne esses radicais livres, explica Valeria.

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