Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Coreia do Sul quer usar chuva artificial para reduzir a poluição

Seoul, capital de lá, registrou um nível de poluição que é quase o dobro do considerado "muito ruim".

Por Ingrid Luisa
12 mar 2019, 19h34

Seoul, capital da Coréia do Sul, não é exatamente uma cidade limpa. Não estamos falando, lógico, de lixo nas ruas ou falta de infraestrutura pública – nisso os países asiáticos estão anos-luz na frente dos ocidentais. Mas em relação à poluição do ar a situação lá é bem crítica.

Na semana passada, o problema atingiu graus alarmantes: a taxa de concentração de partículas finas chegou a 136 microgramas/m3 em Seoul, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisa Ambiental da Coreia do Sul.

Acontece que o nível de poluição considerado “muito ruim” está na casa dos 75 microgramas/m3 – a cidade, portanto, registrou quase o dobro disso.

Antes de mais nada, vale reforçar porque essas tais “partículas finas” são prejudiciais: também conhecidas como partículas PM2.5 (partículas cujo tamanho chega até 2,5 micrômetros), elas possuem poluentes como sulfato, nitratos e carbono negro, desencadeando diversas doenças respiratórias e cardiovasculares. Seu apelido, “finas”, faz referência ao fato de serem pequenas o suficiente para invadir até mesmo as menores vias aéreas do corpo humano. Pesquisas anteriores já afirmaram que inalar 22 microgramas/m3 desses poluentes causa as mesmas consequências do que fumar um cigarro – os moradores de Seoul fumaram 6, sem querer, nesse dia de pico.

A situação foi tão grave que o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, tomou medidas emergenciais para baixar essas taxas: limitou o número de veículos nas ruas e ordenou a imediata redução de poeira dos canteiros de obras e estações de energia.

Continua após a publicidade

Ele também emitiu instruções para que antigas usinas de energia a carvão fossem desativadas antes do previsto. De acordo com o porta voz do governo, Kim Eui-kyeom, o presidente ainda pediu esforços para reduzir os danos a população, como a instalação de purificadores de ar de alta capacidade em todas as creches e escolas da cidade.

Mas a medida a longo prazo é a mais ambiciosa de todas: em conjunto com a China, ele propôs usar chuva artificial para reduzir a poluição do ar em Seoul. Isso pode “lavam a atmosfera” e impedir que os poluentes fiquem parados, concentrados em cima da cidade.

Chuva artificial?

Você pode estar curioso: mas como se faz chuva artificial? São umas mangueiras gigantes, tipo filmes de Hollywood? Longe disso. Na verdade, chuvas artificiais usam nuvens reais: o objetivo delas é manipular as forças da natureza para forçar a ocorrência de chuvas.

Continua após a publicidade

Um método comum ,que está sendo utilizado por vários países ao redor do mundo (como Emirados Árabes Unidos e China) é a chamada “semeadura de nuvens”. Ela envolve partículas microscópicas sendo disparadas em nuvens existentes usando geradores ou aeronaves terrestres.

Uma das substância mais comuns usadas neste processo é o cloreto de sódio (o sal de cozinha), mas há também o iodeto de prata e até gás carbônico congelado. Essas partículas atraem gotículas ao entrarem em contato com o vapor d’água e geram as precipitações.

Parece um processo simples, mas há algumas contra indicações: ele só é efetivo em nuvens que já possuam bastante vapor d’água. Basicamente, ele não “cria” chuva, apenas acelera precipitações que já iriam acontecer em algum momento. Outro problema dessa técnica é a interferência no meio ambiente: mesmo sem usar produtos tóxicos, o método altera a distribuição natural das chuvas – o que pode trazer resultados imprevisíveis no futuro.

Continua após a publicidade

A parceria com a China

Para resolver o problema da poluição em Seoul, a colaboração com a China é essencial. A cidade tem lutado para combater o aumento da poluição do ar, que está vinculada à atividade industrial maciça da China e às grandes emissões dos carros sul-coreanos. Sozinha, a Coréia do Sul só pode reduzir sua poluição doméstica, mas sem a redução das partículas finas trazidas pelos os ventos do oeste, predominantes nos desertos chineses que abrigam grandes centros industriais, de nada adiantaria.

A ideia primordial, então, é gerar chuva artificial sobre o Mar Amarelo, a oeste da península coreana, com o objetivo de amenizar a quantidade de poluição do ar que acaba entrando no país. Eui-kyeom, o porta-voz sul-coreano, ainda acrescentou: “a China alega que a poeira sul-coreana voa em direção a Xangai, portanto, criar chuva artificial sobre o Mar Amarelo ajudaria também o lado chinês”.

Outra vantagem dos parceiros é eles serem bem mais experientes que a Coreia no quesito chuva: o líder coreano admitiu que a China é “muito mais avançada” do que a Coréia nessas tecnologias meteorológicas. Em janeiro, a agência de metereologia sul-coreana não conseguiu, em um experimento, produzir chuva artificial. Agora, com a ajuda da China, eles acreditam que podem resolver os problemas anteriores e gerar um resultado positivo para os dois países.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.