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Daria para produzir uma geladeira feita de elástico? Esse estudo diz que sim

A pesquisa se baseia nas pequenas variações de temperatura que ocorrem ao esticar, torcer e soltar o elástico.

Por Maria Clara Rossini
Atualizado em 16 out 2019, 18h39 - Publicado em 16 out 2019, 18h28

Na tentativa de desenvolver novas tecnologias sustentáveis, estudantes da Universidade de Nankai, na China, publicaram um estudo em que propõem um sistema de refrigeração usando materiais elásticos. Parece estranho, mas a ideia não é tão absurda assim.

Experimente pegar um elástico (desses de escritório mesmo) e esticá-lo ao máximo. Ao encostar no elástico, dá para perceber que ele esquentou um pouquinho. Depois de um tempo esticado, ele atinge uma temperatura de equilíbrio — e aí quando é solto volta a esfriar. É com base nessa propriedade que os pesquisadores pensaram na capacidade “resfriadora” dos elásticos.

Essa é a mesma lógica que as geladeiras e aparelhos de ar condicionado já usam — a diferença é o material. Os eletrodomésticos atuais expandem e comprimem diferentes fluidos para conseguir o mesmo efeito de refrigeração. Os clorofluorcarbonetos (CFC’s) são os mais famosos — mas também são responsáveis por danificar a camada de ozônio. Por isso, seu uso foi proibido na maioria dos países (hoje as geladeiras usam o R134A, um gás que não agride o ozônio).

Os pesquisadores compararam o efeito de resfriamento de quatro materiais elásticos diferentes: borracha, nylon e polietileno (usados em linha de pesca) e nitinol. Todas elas foram esticadas em três centímetros e contorcidas ao máximo. Nesse processo, sua temperatura aumentou até 15 graus celsius — ao voltar ao normal, eles esfriaram até 15 graus.

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Depois, os cientistas repetiram o mesmo experimento dentro de uma bacia para estudar a troca de calor entre o material e a água. Os pesquisadores também criaram uma “mini geladeira” com fios de nitinol para demonstrar os efeitos do material. Ela foi capaz de resfriar uma pequena quantidade de água em oito graus celsius depois de alguns segundos.

O protótipo é menor bem menor que um frigobar — na verdade, ele é menor que uma caneta esferográfica. Agora, a equipe pretende trabalhar em um sistema cíclico que resfria a água continuamente. Mas ainda vai demorar um bom tempo até que esse método consiga gelar bebidas na sua casa.

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