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Dentes de dinossauro fornecem pistas sobre o passado climático da Terra

O período foi marcado por mais dióxido de carbono na atmosfera, graças às grandes erupções vulcânicas.

Por Manuela Mourão
16 ago 2025, 10h00

Cientistas descobriram que dentes de dinossauros podem funcionar como uma cápsula do tempo do clima na época dos gigantes. Tudo porque, ao respirar, os animais do Mesozóico absorviam e armazenavam oxigênio em seus tecidos duros. Neste caso, a dentadura desses bichanos revela a condição atmosférica da era em que viveram. 

Em um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), uma equipe analisou a composição química do esmalte dental de fósseis datados do Jurássico Tardio e do Cretáceo Tardio, revelando que os níveis de dióxido de carbono da atmosfera naquela época eram dramaticamente mais altos que os de hoje.

Usando medições de isótopos de oxigênio — versões do mesmo elemento com massas diferentes — os pesquisadores reconstruíram a composição atmosférica do passado. Os resultados apontam para cerca de 1.200 partes por milhão (ppm) de CO₂ durante o Jurássico Tardio, e aproximadamente 750 ppm no Cretáceo Tardio. Ambos são muito superiores ao nível pré-industrial de 280 ppm e aos atuais 425 ppm.

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“Os dentes de dinossauro funcionam como cápsulas do tempo extremamente resistentes, preservando o clima de mais de 150 milhões de anos atrás — e, finalmente, podemos ler esse registro”, disse Dingsu Feng, geoquímica da Universidade de Göttingen e autora principal do estudo, em comunicado.

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As evidências sugerem que atividades vulcânicas intensas, como as erupções das Armadilhas do Decã, na Índia, podem ter causado picos de CO₂ no fim do Cretáceo, possivelmente influenciando tanto o clima quanto os ecossistemas.

Além disso, a pesquisa indica que a fotossíntese global durante o período Mesozóico foi cerca do dobro da atual, provavelmente impulsionada pelas altas concentrações de CO₂ e temperaturas médias anuais mais elevadas. Isso significaria ecossistemas mais produtivos e uma teia alimentar terrestre e marinha mais robusta do que a que conhecemos hoje.

“As informações obtidas por meio do nosso estudo sobre a produção primária global [fotossíntese] fornecem evidências importantes de teias alimentares marinhas e terrestres que, de outra forma, seriam difíceis de obter”, afirma Eva M. Griebeler, coautora do estudo e ecologista da Universidade Johannes Gutenberg de Mainz, em comunicado.

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Até agora, a reconstrução de climas antigos dependia principalmente de sedimentos marinhos e solos fossilizados, métodos que carregam margens maiores de incerteza. Segundo Thomas Tütken, paleontólogo e coautor do estudo, essa nova técnica “abre um caminho direto para conectar vertebrados terrestres ao ar que respiravam”.

Para os cientistas, compreender como o clima e a produtividade das plantas variaram ao longo de milhões de anos é essencial para projetar o futuro do planeta. “Investigar a composição da atmosfera da Terra primitiva e a produtividade vegetal naquele tempo é crucial para entender a dinâmica climática de longo prazo”, disse Feng em outro comunicado.

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