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Descobrimos fósseis da forma de vida mais antiga na Terra

A vida pode ter 4,2 bilhões de anos - quase a idade da Terra - e essa informação pode mudar a forma como procuramos ETs.

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 2 mar 2017, 14h54 - Publicado em 2 mar 2017, 14h44
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  • A vida começou mais cedo do que imaginávamos, pelo menos de acordo com uma pesquisa realizada com as rochas mais antigas que existem no planeta.

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    Essas rochas ficam no Quebec no Canadá, e têm uma idade difícil de definir, ficando entre os 3,77 e os 4,28 bilhões de anos. A Terra, para comparação, tem cerca de 4,6 bilhões de anos, e, até agora, o consenso era o de que a vida teria surgido não antes de 3,5 bilhões de anos atrás.

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    Foi explorando amostras dessas rochas idosas que pesquisadores da Universidade College de Londres encontraram o que eles acreditam ser a prova mais antiga de vida terrestre.

    Em rochas feitas de hematita, um composto de ferro, eles encontraram microtúneis, com largura equivalente a metade de um cabelo humano. Lá dentro, detectaram material orgânico, evidência de que esses túneis provavelmente foram formados por microrganismos que processavam derivados do ferro para gerar energia e sobreviver.

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    Ambientes parecidos com esses são encontrados, hoje em dia, no fundo do mar, em fontes hidrotermais. Por isso, a pesquisa dá mais peso para a teoria de que a vida teria se originado nesse tipo de ambiente extremamente hostil, rico em hidrogênio, CO2 e ferro. Os próprios microtúneis podem ter sido escavados quando as rochas encontradas hoje ainda estavam no fundo do mar, provavelmente ao lado de alguma fonte hidrotermal. 

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    A descoberta também implica que esses seres vivos teriam a mesma idade das rochas onde foram encontrados. Chutando por baixo, considerando que eles tem 3,77 bilhões de anos, já estamos falando de vida 300 milhões de anos mais antiga que o recorde anterior. Os fósseis mais velhos até agora eram os estromatólitos, estruturas formadas por cianobactérias no mar.

    Se considerarmos a estimativa mais alta, 4,28 bilhões de anos, isso significa que em menos de 400 milhões de anos de existência, a Terra, uma recém-nascida em termos astronômicos, já estava formando seres vivos. E isso pode afetar a forma como buscamos vida no universo.

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    Em primeiro lugar, porque pode nos ajudar a ajustar o foco. Se há chances de a vida ter nascido em sistemas submarinos, quentes e cheios de pressão, podemos procurar sistemas hidrotermais equivalentes em outros planetas. E, como na Terra, esses sistemas podem ter deixado registros fósseis. “Se estivermos certos sobre o modelo de origem dessas estruturas que contêm os fósseis nas rochas, talvez seja o caso de procurar estruturas semelhantes em superfícies planetárias antiquíssimas, como Marte”, afirma um dos pesquisadores do estudo, Dominic Papineau, em um vídeo feito para divulgar a descoberta.

    Controvérsia

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    A descoberta, porém, não foi aceita por toda a comunidade científica. Isso porque a análise dessas rochas é um processo complexo. Como elas sofreram todo tipo de dano ao longo do tempo, elas podem ter sido contaminadas por material orgânico “mais jovem”. Até aquilo que os pesquisadores estão considerando material orgânico foi questionado. Os cientistas envolvidos na pesquisa garantem que fizeram análises que comprovam que a amostra tem origem biológica – ou seja, só pode ser evidência da presença de seres vivos – mas, num experimento com amostras tão antigas, é difícil trabalhar com certezas absolutas.

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    Se os próximos estudos levarem às mesmas conclusões sobre os microfósseis, as implicações não são apenas científicas, mas filosóficas. É um indício de que a vida teria começado muito rapidamente na Terra. Exatamente por isso, ela pode ser mais abundante Universo afora do que pensávamos. Para o autor da pesquisa, Matthew Dodd, o legado do novo estudo pode ser resumido em duas perguntas: “Podemos esperar que [o surgimento da vida ] seja um processo banal? Ou a Terra é realmente um caso tão especial?”

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