Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Editorial: Tucky, o cão assassino

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h31 - Publicado em 24 jan 2011, 22h00

Sérgio Gwercman

O Tucky deve ter sido o pior cachorro que passou pela face da Terra. No mínimo, foi o mais barulhento: ele latia um latido agudo sempre que eu chegava de uma noitada, ou que uma visita passava pela porta da sala. Perdi a conta das vezes que me mordeu o dedo – porque era mordendo que ele respondia ao cafuné que eu fazia para agradá-lo. Meus amigos o apelidaram de Chucky, injustiça com o Brinquedo Assassino, nem de longe tão agressivo quanto nosso poodle toy. Tucky também era um animal inteligente. A ponto de saber que não deveria fazer xixi pela casa e fazer mesmo assim, só para provocar. Era comum deitar para dormir e sentir um cheiro estranho no meu travesseiro. Xixi. Certa vez, encontrei montinhos em cima do colchão. Cocô.

E então um dia aconteceu de o Tucky morrer. Foi em grande estilo: deu seu último suspiro enquanto toda a família estava à mesa para o jantar de sexta-feira. Minha irmã encontrou o defunto quando se levantou para ir ao banheiro. Foi um dos dias mais tristes da história lá de casa. O pessoal chorou de verdade – eu inclusive. Porque com o Tucky não tinha esse papo de ser o melhor amigo do homem. Todos nós sabíamos que ele era um de nós, membro integral da família. O que sentíamos era amor incondicional, desses que sobrevivem a qualquer cagada obstáculo. E amor assim a gente só entrega aos familiares. Fosse o Tucky um amigo, eu já teria deixado de ligar para ele há anos. Ir ao enterro? Sem chance. Isso para não falar nos outros animais que dividiram a casa conosco. O dia que nossos periquitos “fugiram” foi igual a qualquer outro. O peixinho foi parar no lixo menos de 5 minutos após deixar este mundo, e ninguém derramou uma lágrima. Os jabutis, eu não sei que fim levaram. Mas a morte do Tucky foi diferente. Para a família, ela é nosso 11 de Setembro, nossa morte do Tancredo, nossa chegada à Lua. O dia que jamais esqueceremos. Tudo isso por um cachorro que mordia quem tentava lhe fazer cafuné.

Um abraço.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.