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Esta espécie de dinossauro usava a cauda para lutar entre si

A cauda em formato de clava dos anquilossauros era uma arma contra predadores – mas servia também para disputar territórios (e fêmeas). Entenda.

Por Luisa Costa
Atualizado em 9 jan 2023, 21h43 - Publicado em 7 dez 2022, 19h33

Há 75 milhões de anos, um dinossauro herbívoro com cauda em formato de clava habitava o planeta. Era um membro da família dos anquilossauros, com pontas ósseas irregulares na maior parte do corpo. Um tanque de guerra de 2,5 toneladas – que seria batizado, num futuro incrivelmente distante, com o nome de um vilão dos Caça-Fantasmas.

Estamos falando do Zuul crurivastator. O nome surgiu em 2017, três anos depois que o fóssil foi desenterrado em Montana, nos Estados Unidos. Era um dos esqueletos mais completos de anquilossauros do mundo. Quem investigou o material foram os paleontólogos Victoria M. Arbour, do Royal BC Museum, e David C. Evans, do Royal Ontario Museum (ambas instituições do Canadá).

Eles deram o nome de Zuul ao dino por conta de sua cabeça incrustada de chifres – assim como o monstrengo que possui a personagem de Sigourney Weaver no primeiro Caça-Fantasmas (1984):

Já o segundo nome, crurivastator, refere-se à cauda do animal. É uma expressão latina que significa “destruidor de canelas” – acredita-se que uma das funções desta parte do corpo era, justamente, desferir fortes golpes nas pernas de predadores maiores.

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Mas não só. Arbour e Evans continuaram a estudar o fóssil e encontraram evidências para outro uso da cauda do Zuul: brigar com machos de sua própria espécie, em disputas por território ou fêmeas. Algo parecido acontece com vários animais modernos que possuem chifres, como alces e carneiros. Os pesquisadores descreveram suas últimas descobertas em artigo publicado nesta quarta (7), na revista científica Biology Letters.

Enquanto estudava o fóssil do anquilossauro, a equipe descobriu que alguns espinhos ao longo do quadril do animal estavam danificados. Além disso, havia placas ósseas no mesmo lugar que estavam em diferentes estágios de cicatrização – o que sugere que o dino sofreu lesões em diversas ocasiões.

A questão é: predadores maiores, como um T-rex, causariam danos (possivelmente fatais) na parte superior do corpo ou na cabeça do Zuul. Seriam danos bem maiores, com perfurações nos ossos. Mas não há nada disso no fóssil encontrado em Montana. Por isso, a equipe acredita que as lesões vêm de combates menores, entre indivíduos da mesma espécie – e que esta seria, na verdade, a principal situação de uso da cauda de clava.

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A descoberta pode mudar a visão predominante dos anquilossauros. “[A análise] sugere que esses dinossauros eram animais de comportamento complexo, e que, provavelmente, se envolviam em rituais de combate pelo domínio social”, escrevem os pesquisadores.

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