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Eugene Parker, que revolucionou estudos sobre o Sol, morre aos 94 anos

O astrofísico foi homenageado pela Nasa com a sonda Parker Solar Probe, primeira espaçonave a tocar o Sol. Conheça sua trajetória.

Por Luisa Costa
Atualizado em 1 ago 2022, 18h58 - Publicado em 17 mar 2022, 18h16

O astrofísico americano Eugene Parker morreu na última terça-feira (15), aos 94 anos de idade. Considerado um visionário, o cientista foi homenageado com o nome da sonda Parker Solar Probe, da Nasa – a primeira espaçonave a entrar na atmosfera solar para estudar a estrela.

É que as ideias de Parker revolucionaram a heliofísica, ciência que estuda o funcionamento do Sol e suas interações com o sistema solar. Em meados de 1950, por exemplo, ele desenvolveu a teoria do vento solar – um fluxo de partículas ionizadas (próton e elétrons) emitido continuamente pelo astro.

Na época, outros cientistas não acreditaram. Ele era um jovem professor assistente na Universidade de Chicago e foi duramente criticado quando mandou seus estudos para revisão e (possível) publicação. 

“O primeiro revisor do jornal disse: ‘Bem, eu sugiro que Parker vá à biblioteca e leia sobre o assunto antes de tentar escrever um artigo sobre isso, porque é absurdo’”, contou o astrofísico em 2018.

O trabalho não teria sido publicado se não fosse um colega de Parker na universidade: Subrahmanyan Chandrasekhar, editor da tal revista e futuro ganhador de um Nobel de Física. Ele não encontrou falhas no raciocínio matemático de Parker, então passou por cima dos revisores e publicou o artigo.

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Alguns tempo depois, em 1962, a sonda Mariner 2 da Nasa (primeira missão interplanetária da agência) viajava por Vênus quando descobriu que um vento supersônico estava sempre presente.

Era o vento solar, como teorizado por Parker. Depois, os cientistas perceberam que ele exerce grande influência nos planetas próximos à estrela. Quando essas partículas ionizadas vindas do Sol dão as caras na Terra, por exemplo, podem causar fenômenos como as auroras boreais – ou até prejudicar redes de transmissão de energia e comunicação de satélites.

O legado do astrofísico não se restringe ao vento solar. “O campo da heliofísica existe em grande parte por causa do Dr. Eugene Parker”, disse Thomas Zurbuchen, administrador associado da Nasa.

Outros conceitos elaborados pelo astrofísico incluem a “instabilidade de Parker”, que explica campos magnéticos em galáxias; a “equação de Parker”, que descreve o movimento de partículas através de plasmas; o “modelo Sweet-Parker” de campos magnéticos em plasmas, entre outros.

Nascido em 1927, Eugene Parker graduou-se em física pela Universidade Estadual de Michigan, em 1948, e se tornou doutor pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia em 1951. Foi professor assistente da Universidade de Utah antes de conseguir um cargo na Universidade de Chicago, onde passou a maior parte de sua carreira.

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Ele se aposentou em 1995, mas continuou trabalhando no campo da heliofísica, ganhando prêmios importantes na comunidade científica, publicando artigos e livros – sendo autor de quatro títulos. 

Ele é lembrado também por sua personalidade: “Gene representou para mim o físico ideal – brilhante e realizado, bem-apessoado, articulado, mas também humilde”, disse Robert Rosner, astrofísico da Universidade de Chicago e colega de longa data de Parker.

“Qualquer um que conhecia o Dr. Parker sabia que ele era um visionário”, afirma Nicola Fox, diretora da Divisão de Heliofísica da Nasa em Washington. “Tive a honra de estar com ele no lançamento da Parker Solar Probe e adorei poder compartilhar com ele todos os resultados científicos empolgantes, vendo seu rosto se iluminar a cada nova imagem e plotagem de dados.”

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