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Há um ponto na Terra que não abrigue nenhuma forma de vida?

Segundo um estudo recente, o tal lugar fica na Etiópia – mas o assunto está longe de ser consenso entre os cientistas.

Por Maria Clara Rossini
Atualizado em 25 nov 2019, 19h18 - Publicado em 25 nov 2019, 19h15

Os cientistas estão constantemente procurando locais que possam abrigar vida fora da Terra. Mas encontrar um lugar sem vida nenhuma no nosso próprio planeta, mesmo com toda a biodiversidade que nosso mundo reúne, não é algo que se vê todo dia. Um estudo publicado na revista científica Nature afirma ter encontrado um local completamente estéril na Etiópia – incapaz de abrigar qualquer tipo de forma de vida.

Você está cercado de vida a todo momento. Mesmo que tenha a impressão de estar sozinho em um determinado ambiente, milhares de microorganismos estão presentes no ar – ou mesmo no interior do seu corpo. Essas criaturinhas têm uma capacidade incrível de se adaptar a ambientes com condições extremas, como altas temperaturas, baixa umidade e grandes níveis de pressão. É consenso da ciência que, caso algum dia encontrarmos vida fora da Terra, é bem mais provável que seja um organismo simples em vez de criaturas verdes superinteligentes.

Mas como poderia haver um ambiente terrestre em que nem mesmo micróbios sobrevivem? Segundo a pesquisa, isso se dá pela combinação de três fatores: calor, acidez e salinidade. Todos eles chegam ao extremo nas termas de Dallol, localizadas no norte da Etiópia.

Dallol é considerado o local mais quente do mundo. O estudo coletou amostras de água das termas para analisar o material genético presente nelas e identificar possíveis organismos. A solução continha altos níveis de sal de magnésio e apenas alguns poucos fragmentos de DNA – que os cientistas assumiram terem sido trazidos de outros ambientes. Portanto, a conclusão da pesquisa foi que não há formas de vida no local.

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No entanto, um outro estudo publicado em maio deste ano dizia exatamente o contrário. Cientistas espanhóis também haviam coletado e analisado amostras de água do local. Mas eles chegaram a um resultado diferente: alguns microorganismos poderiam, sim, sobreviver e até mesmo ter as termas de Dallol como seu habitat. A equipe encontrou micro-organismos do domínio Archaea nas amostras. Elas são criaturas semelhantes às bactérias, mas são conhecidas por habitarem ambientes extremos.

Nos dois casos, existe risco de contaminação externa nas pesquisas. Os fragmentos de DNA podem ter sido carregados pelo vento ou por turistas. Os biólogos que estudam seres vivendo em ambientes extremos também devem se preocupar com uma metodologia rígida para evitar a contaminação no transporte e análise das amostras. Mesmo assim, os riscos são grandes.

Cientistas ainda reivindicam mais estudos para cravar se existe ou não vida em Dallol – e, mais que isso, se alguma criatura suportaria as condições extremas do local. Se as termas realmente forem estéreis, isso pode significar que encontrar vida fora da Terra, em locais potencialmente ainda mais inóspitos, pode ser bem mais difícil do que imaginamos. 

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