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Maior cratera de meteoro da Terra pode estar embaixo da Austrália

A “estrutura Deniliquin” não é visível na superfície. Com 520 quilômetros de diâmetro, pesquisadores acreditam que ela é resultado de um impacto que ocorreu há 445 milhões de anos.

Por Maria Clara Rossini
Atualizado em 15 ago 2023, 19h26 - Publicado em 15 ago 2023, 19h26

Há algo estranho debaixo dos pés australianos. Evidências geológicas recentes indicam que a maior cratera já causada por um meteoro pode estar no estado de Nova Gales do Sul, na Austrália.

A hipótese foi proposta por Andrew Glikson e Tony Yeates, da Universidade de Nova Gales do Sul. A ideia surgiu devido a alterações no campo magnético abaixo da bacia geológica de Murray, na Austrália. Em 1995, Yeates já havia sugerido que o padrão magnético poderia ser resultado de uma estrutura de impacto enterrada. Análises geológicas feitas entre 2015 e 2020 confirmaram a existência de um domo de 520 km abaixo do solo.

A “estrutura Deniliquin”

Até agora, a maior cratera conhecida fica em Vredefort, na África do Sul. Ela tem 300 km de diâmetro e foi causada pelo impacto de um asteroide há dois bilhões de anos. Já a cratera Chicxulub, no México, mede 180 km – e foi a principal responsável pela extinção dos dinossauros, há 66 milhões de anos.

Quando um evento desses acontece, o impacto deixa uma marca no terreno – como se fosse uma versão turbinada de uma gota que cai na água. Essas crateras sofrem erosão com o passar de milhões de anos, tornando cada vez mais difícil identificá-las.

Essas estruturas também podem ser cobertas por sedimentos ou mesmo sofrer subducção – quando o movimento das placas tectônicas faz com que uma camada do manto terrestre fique por cima da outra.

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É isso que os pesquisadores acreditam que tenha acontecido em Deniliquin. A (possível) cratera recebe o nome de uma cidade no Sudeste da Austrália, a 32 km de distância do evento. Segundo a dupla, a estrutura Deniliquin tem todas as características esperadas de uma cratera de impacto. Os dados magnéticos revelam uma ondulação simétrica ao redor da estrutura, tal qual uma cratera.

Mas esses e outros dados ainda não são suficientes para confirmar a existência da cratera. Para isso, será necessário coletar evidências físicas do choque – ou seja, cavando até atingir a estrutura.

Detalhes do impacto

Segundo os autores, o impacto deve ter ocorrido a leste do continente Gondwana – a massa de terra que existiu antes dos continentes se separarem por meio da deriva continental. Veja o círculo branco abaixo.

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Reconstrução paleogeográfica do período Cretáceo.
(Reprodução/Reprodução)

Os pesquisadores sugerem que o impacto pode ter dado início à extinção do Ordoviciano: um evento de extinção em massa que aniquilou 85% das espécies da época. Mais de duas vezes maior que o evento que extinguiu os dinossauros. Ele foi causado por um período glacial que durou de 445.2 a 443.8 milhões de anos atrás.

Uma outra hipótese é que a estrutura Deniliquin seja mais antiga, remontando ao período Cambriano (514 milhões de anos atrás). De toda forma, os próximos passos da pesquisa envolvem datar essa estrutura com mais precisão. Para isso, será necessário fazer um buraco profundo, para extrair e datar o material coletado.

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