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MIT cria “impressora” de remédios personalizados

Ela cabe numa mesa – e cria drogas para doenças raras por preços acessíveis. A SUPER conversou com seu criador, o engenheiro químico Christopher Love

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
27 nov 2018, 15h46

Fabricar um único medicamento exige uma infraestrutura de milhões de dólares. Geralmente esse esforço só vale o investimento se muita gente comprar a droga – o que acaba diminuindo o apelo para doenças mais raras. A equipe do engenheiro químico Christopher Love, do MIT, tem uma solução: fazer medicamentos em pequena escala usando fungos, em vez de fábricas. Eles incorporam sequências de DNA fornecidas pelos cientistas com as instruções para produzir a droga – e entregam tudo pronto. Basta filtrá-la antes de usar. Tudo isso num equipamento que cabe em uma escrivaninha. Love contou os detalhes à SUPER:

Por que usar fungos, e não bactérias ou células de mamíferos?

Além de crescerem rápido, eles fornecem um produto extremamente limpo: para obter o remédio, só precisamos filtrar 200 impurezas, contra as mais de 2 mil que outras células geram.

Como vocês fazem para remover esses resquícios do metabolismo do fungo?

Como são só 200 impurezas, nós conseguimos saber muito sobre cada uma delas individualmente. Assim, desenvolvemos uma base de dados que contém informações sobre como as impurezas reagem entre si e com os remédios. Com esses dados, um algoritmo consegue sugerir um processo de purificação ideal, do começo ao fim, passo a passo. Estamos até pensando em usar machine learning – o sistema aprende a fazer analogias e a aplicar um processo que foi útil para uma molécula em outra.

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Quando você troca o remédio que será produzido, é preciso “trocar o cartucho” de fungos?

Sim. No momento, cada fungo produz apenas um remédio. Mas não tem problema esperar um novo crescer para trocar, porque o processo todo, até o resultado final, leva só seis meses. Há potencial para reduzir esse tempo a um mês.

A tecnologia seria viável em países subdesenvolvidos?

Claro. O sistema precisa ser aperfeiçoado, mas ele é barato. A construção de uma usina para fabricar um único remédio pode sair US$ 400 milhões. Só em questão de tamanho da estrutura, nossa tecnologia já sai muito mais barata que isso.

Por que é importante produzir remédios em pequenas quantidades?

Há cerca de 8 mil doenças raras, mas só 100 delas têm remédios. Isso é porque, na maior parte dos casos, não é economicamente viável produzir medicamentos em escala industrial para só 2 mil pacientes. Os métodos de fabricação de remédios tradicionais não se alinham a pequenas necessidades.

Além de melhorar o acesso a remédios que já existem, ela ajuda a criar novos remédios?

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Sim, estimula a inovação, pois permite que os farmacêuticos produzam protótipos de remédios novos com muito mais facilidade. Além disso, os remédios chegariam mais rápido ao mercado se fossem produzidos para o público na mesma máquina que foi usada para produzi-los originalmente no laboratório. Harmonizar pesquisa e fabricação comercial diminui preços e cronogramas.

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