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Não escolha demais. Seu cérebro pode pifar

Sheena Iyengar perdeu a visão ainda na infância. Por isso, precisa da opinião dos amigos para tomar boa parte de suas decisões. De tanto ponderar o gosto dos outros, Sheena, professora de negócios da Universidade Columbia, resolveu entender como fazemos nossas escolhas.

Por Eduardo Szklarz
Atualizado em 31 out 2016, 18h47 - Publicado em 24 out 2010, 22h00

 

 

Ter muitas opções geralmente é encarado como liberdade de escolha. Mas você diz que essa liberdade pode nos levar a decisões malfeitas. Por quê?
Quando vai escolher algo, o que você faz? Compara todas as opções disponíveis para ter certeza de que tomará a melhor decisão. O problema é que, quanto mais opções temos, mais esse processo fica pesado e confuso. Acabamos sobrecarregados. E nos sentimos obrigados a escolher só porque as opções estão disponíveis. Em muitos casos, isso termina em frustração.

Poderia dar exemplos?
Fiz um estudo em um mercado dos EUA com potes de maionese. Alternei duas mostras na estante: uma com 6 sabores e outra com 24. Dos clientes que passaram pelos potes, 60% foram atraídos pelo grupo maior. Os outros 40%, pelo grupo menor. Mas apenas 3% dos clientes compraram um pote de maionese quando havia 24 sabores. Quando havia 6 sabores, 30% fizeram a compra. Ou seja: a presença de mais escolhas era mais atrativa, mas dificultava a decisão.

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Isso também vale para outras situações da vida?
Sim. Em outro estudo, eu e minha equipe demos a estudantes a chance de escolher entre pessoas que gostariam de namorar. Eles podiam decidir entre 10 ou 20 possibilidades. Quando recebiam 10, escolhiam de acordo com a preferência: buscavam uma pessoa bonita, sincera, inteligente, divertida, e assim por diante. Mas, quando se viam frente a 20 possibilidades, deixavam de lado todos esses critérios e escolhiam apenas com base no aspecto físico. Já não conseguiam ter em conta todas as opções. A escolha virou um peso.

Até que ponto a cultura influencia nossas decisões?
Em qualquer cultura, escutamos histórias desde pequenos. E nessas histórias vem uma mensagem sobre quem deve fazer as escolhas e sobre a melhor forma de escolha. Nos EUA, as pessoas crescem acreditando que devem decidir sozinhas o que querem. Aos 2 anos de idade, uma criança americana escuta do pai: “Que sorvete você quer tomar?” Aos 4, a pergunta é: “O que você vai ser quando crescer?” Na Índia, as mensagens são diferentes: “Que bom garoto, faz tudo o que o pai lhe diz para fazer” ou “Fulano é feliz no casamento porque seguiu os conselhos dos pais”. Portanto, a cultura guia nossas escolhas.

Como podemos fazer escolhas melhores?
Precisamos ser estratégicos. Quanto mais você simplificar ou delegar escolhas que não são importantes, mais recursos mentais terá para as que importam. Para mim, é importante pensar sobre como vou organizar um estudo. Não me importa tanto o que vestir para ir ao trabalho. Em 3 minutos decido a roupa e o sapato, e assim elimino decisões que ocupariam meu tempo. Claro que, se essa decisão fosse importante para mim, não a tomaria com pressa. O que digo é: escolha bem o momento em que vai fazer suas escolhas.

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