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Nasa anuncia: Europa, a lua de Júpiter, tem chances concretas de abrigar vida

O mar escondido debaixo da superfície dessa lua pode têm mais água do que no nosso planeta inteiro - e os esguichos que saem dele podem conter vida extraterrestre.

Por Ana Carolina Leonardi
Atualizado em 31 out 2016, 19h02 - Publicado em 26 set 2016, 19h15

A Nasa passou os últimos dias alimentando expectativas sobre Europa, uma das maiores luas que orbita Júpiter, prometendo notícias surpreendentes. Como Europa é um dos lugares mais bem cotados no Sistema Solar para abrigar vida, as redes sociais já estavam bombando com alertas de aliens… Mas ainda não foi dessa vez.

 

 

O que o telescópio Hubble conseguiu confirmar foi a existência de uma espécie de gêiser, um esguicho de água que atravessa a superfície congelada da lua.

A suspeita de que colunas de água eram esguichadas de dentro de Europa já existia – a Nasa chegou a observar o fenômeno em 2013, mas daí, em 2014, os jatos tinham desaparecido.

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Nessa nova observação, o telescópio aproveitou o momento em que Europa passa em frente a Júpiter (o que acontece a cada 3 dias, mais ou menos). A luz reflete no planeta e ajuda a iluminar os gases que cercam a lua Europa. O Hubble lê a “assinatura ultravioleta” que é produzida dessas moléculas. O telescópio encontrou as moléculas de H2O em 3 das 10 vezes que o Hubble observou a passagem de Europa.

Falta descobrir se o esguicho é gelo ou vapor de água, mas só o fato dele existir já fortalece a hipótese de que há um oceano líquido escondido debaixo da camada congelada da Europa.  A estimativa é que o mar “europeano” tenha 3 bilhões de km³ de água, mais do que temos na Terra.

Sem o conhecimento dos jatos em erupção na lua, qualquer missão à Europa teria que perfurar quase 100 km de superfície gelada em um lugar qualquer na esperança de encontrar o oceano. Os esguichos de água, caso estejam diretamente ligados a esse oceano, oferecem duas possibilidades promissoras: em primeiro lugar, uma sonda poderia coletar uma amostra desse vapor/gelo e analisá-la para encontrar matéria orgânica que possa ter sido “ejetada” do oceano. Em segundo lugar, a localização desses jatos pode ajudar a mapear os locais onde esse oceano é mais acessível pela superfície.

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A nova observação do Hubble também confirma que esses esguichos são um fenômeno irregular, o que é logisticamente importante para a Nasa e a Agência Europeia de Astronomia, já que ambas estão planejando lançar missões até Europa na próxima década – e aí sim a chance de encontrar aliens – ainda que microscópicos e bem primitivos – se torna mais palpável.

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