Nasa faz últimos ajustes no helicóptero feito para voar em Marte
Aeronave sem piloto deve se tornar a primeira da história a alçar voo em outro mundo, e vai chegar ao Planeta Vermelho no ano que vem.
Umas das missões espaciais mais empolgantes da história da Nasa está dando seus primeiros passos. Em julho do ano que vem, o rover sucessor do lendário Curiosity será lançado para Marte.
A missão, chamada genericamente de Mars 2020, ainda precisa dar um nome fofo ao robô que vai começar a rodar por lá. Em breve, a Nasa deve abrir um concurso estudantil de “batismo” ao maquinário. Mas, dessa vez, o rover não estará sozinho no Planeta Vermelho.
Além de investigações inéditas sobre a história geológica do planeta vermelho e a possibilidade de vida, passada e presente, o robô vai levar algo completamente novo à vizinhança marciana: um helicóptero.
Se tudo der certo, alguns dias depois do pouso na Cratera Jezero, em 18 de fevereiro de 2021, uma aeronave deve alçar voo nos céus de outro mundo pela primeira vez na história da exploração espacial. Projetado pelo Jet Propulsion Laboratory (JPL), em Pasadena, Califórnia, o helicóptero está em fase final de desenvolvimento. Esta semana, na terça (27), ele foi acoplado ao rover que o transportará até terras marcianas.
A fim de realizar testes, os pesquisadores viraram o robô de ponta-cabeça e alojaram o helicóptero no seu lugar de direto: a “barriga” do veículo. Ali embaixo, ele será protegido por uma placa contra possíveis danos durante a entrada atmosférica, descida e pouso.
Por enquanto, o helicóptero marciano não participará de nenhuma investigação científica – será apenas uma demonstração da tecnologia, sem embarcar nenhum instrumento de estudo.
A ideia, claro, é que qualquer coisa que dê errado no helicóptero não prejudique a missão mais ampla do rover. Mas, se tudo sair conforme o planejado com o desafiador voo na rarefeita atmosfera marciana, a recompensa será enorme. “Caso a gente prove ser possível o transporte aéreo em Marte, estaremos ansiosos pelo dia em que helicópteros vão desempenhar papel importante em explorações futuras do planeta vermelho”, disse em comunicado MiMi Aung, do JPL, gerente do projeto.
Pense nas oportunidades que uma espaçonave voadora oferece para a pesquisa científica. Alcançar lugares de difícil acesso como penhascos, cavernas ou crateras profundas; voar com instrumentos leves para lá e para cá, avaliando o terreno e preparando o caminho para exploradores humanos ou robóticos. Tudo isso e muito mais está nos planos da Nasa para o futuro do planeta vermelho. A próxima década promete.