Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

“Necrobótica”: Aranhas mortas viram garras mecânicas em laboratório.

Com uma seringa cheia de ar, pesquisadores acionaram uma câmara que comanda a movimentação das pernas das aranhas.

Por Luisa Costa
Atualizado em 27 jul 2022, 17h38 - Publicado em 27 jul 2022, 17h37

O laboratório de Daniel Preston, na Universidade Rice (Estados Unidos), está cheio de pequenos cadáveres de aranhas-lobo. Ele e a estudante de engenharia Faye Yap transformaram os aracnídeos em garras mecânicas, dando início à chamada “necrobótica” – junção de “necro”, cadáver ou morte, e “robótica”.

“O conceito de necrobótica aproveita designs únicos criados pela natureza que podem ser complicados ou até impossíveis de replicar artificialmente”, eles explicam no estudo publicado na última segunda-feira (25) na revista Advanced Science.

Os pesquisadores inseriram uma seringa no cadáver para injetar ou retirar ar de uma câmara próxima à cabeça das aranhas, que comanda a movimentação de suas pernas. Assim, mostraram que uma aranha morta poderia manusear objetos pequenos e eletrônicos delicados – e suportar o peso de outra aranha do mesmo tamanho. Confira o vídeo:

As aranhas funcionariam como garras mecânicas e poderiam ser usadas na manipulação de microdispositivos eletrônicos. Como são biodegradáveis, reduziriam a quantidade de resíduos na robótica.

Uma desvantagem do mecanismo é que a aranha começa a sofrer desgastes após mil ciclos de abertura e fechamento das pernas. “Achamos que isso está relacionado a problemas de desidratação das articulações”, explica Preston em comunicado. “Achamos que podemos superar isso aplicando revestimentos poliméricos [ao cadáver].”

Aranhas e pressão hidráulica

O projeto começou em 2019. Na época, Faye prestou atenção em uma aranha morta no chão da universidade, que estava com as pernas curvadas, e se perguntou por que o animal ficava nessa posição. A resposta está em sua anatomia.

Continua após a publicidade

As aranhas não têm pares de músculos opostos, como nós. Em humanos, o bíceps e o tríceps, por exemplo, trabalham em conjunto para dobrar e estender o braço. As aranhas só têm músculos flexores (que permitem que suas pernas dobrem), e o resto do trabalho é feito por pressão hidráulica.

Uma câmara perto da cabeça se contrai para enviar sangue aos membros, e assim os força a se estender. Quando a pressão é aliviada, as pernas se contraem. Após a morte, o animal perde a capacidade de pressurizar ativamente seu corpo, por isso fica enrolado.

Faye e Preston acharam esse mecanismo interessante e deram início ao trabalho recém-publicado – inserindo uma seringa nesta câmara secreta de movimentação do aracnídeo para ativar a pressurização do corpo.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.