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O bééééééé que abalou o mundo

A ciência reforma a natureza, com os clones e os seres transgênicos.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
31 ago 1999, 22h00 • Atualizado em 31 out 2016, 18h54
  • Em janeiro de 1997, o mundo ficou assombrado com as imagens de um sujeito barbudo ao lado de uma ovelha de 6 meses. Nada de- mais, não fossem eles criador, o geneticista escocês Ian Wilmut, hoje com 49 anos, e criatura, Dolly. A ovelhinha era o primeiro clone de um mamífero obtido a partir de uma célula adulta – os anteriores foram feitos com embriões. Para gerar Dolly, uma célula da mama de uma ovelha foi fundida com um óvulo extraído de outra ovelha, cujo núcleo havia sido retirado. Produziu-se assim um embrião que, implantado no útero de uma terceira ovelha, evoluiu até o nascimento do clone. A proeza, realizada no Instituto Roslin, uma instituição privada na Escócia, abriu a perspectiva da futura clonagem de seres humanos – tema que suscita acalorado debate ético.

    Alguns meses depois de Dolly, cientistas do mesmo instituto fizeram Polly, ovelha que carrega genes humanos – ou seja, uma transgênica. O objetivo da nova técnica é obter rebanhos de animais capazes de produzir substâncias úteis em tratamentos médicos. Você já imaginou tomar leite de vaca que já vem com a vacina contra a gripe? Outro tipo de animal transgênico potencialmente útil é o porco “humanizado”, capaz de doar sangue, insulina e órgãos para transplantes em gente. Até agora, nenhum transplante de órgão suíno em seres humanos foi bem-sucedido, devido à rejeição do sistema imunológico. Mas os cientistas continuam tentando.

    As experiências com plantas que contêm genes de outra espécie já estão em estágio avançado. Um exemplo é a soja cultivada pela empresa Monsanto. Ela tem o gene de uma bactéria resistente a um dos herbicidas mais usados na agricultura. O resultado é a garantia de que a safra não será destruída pelo herbicida. Apesar das vantagens econômicas, os novos alimentos têm enfrentado resistência de ecologistas preocupados com os seus efeitos sobre o meio ambiente e a saúde humana. Uma enorme polêmica em torno do assunto marca o final do século XX.

    Mapa do homem

    Cada uma dos bilhões de células do seu corpo possui 100 000 genes. O conjunto deles forma o genoma. Para decifrar a química do corpo humano, cientistas de vários países lançaram, em 1990, o Projeto Genoma, que consiste em mapear a seqüência específica de substâncias – os nucleotídeos, identificados pelas letras A, G, C e T – que aparece em cada gene. O principal objetivo da empreitada, que deverá estar concluída em 2003, é descobrir a origem de mais de 3 000 doenças hereditárias e, assim, abrir caminhos para a cura.

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    Surfando com as enzimas

    O homem da foto à direita merece admiração não só por ainda praticar surfe aos 54 anos de idade, mas também por ter tido uma das idéias mais brilhantes do século no campo da Biologia Molecular. O biólogo americano Kary Mullis, Prêmio Nobel de Medicina, inventou em 1983 um meio de fazer ilimitadas cópias de pedaços do DNA em algumas horas – a Reação em Cadeia de Polimerase, PCR. Essa técnica utiliza a ação da enzima polimerase, que tem a capacidade de copiar o DNA em laboratório, como uma máquina xerox. Assim é possível, entre outras coisas, descobrir se um indivíduo possui algum gene mutante associado a uma doença.

    Os genes não mentem jamais

    Como ninguém compartilha o mesmo código genético com outro indivíduo, o DNA se tornou um meio infalível de identificação. Usando a técnica desenvolvida nos Estados Unidos por Kary Mullis (veja o quadro abaixo), o biólogo inglês Alec Jeffreys localizou em 1984 trechos do DNA humano que funcionam como verdadeiras impressões digitais genéticas. A seguir, algumas das aplicações práticas dessa descoberta.

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    Filho de quem?

    Pode-se descobrir a paternidade a partir de amostras do DNA do pai e da criança.

    Laços de família

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    Alguns países recorrem aos exames de DNA em casos de imigração, para checar laços de parentesco.

    Pistas infalíveis

    O autor de um crime pode ser identificado pela análise de resíduos como sêmen ou fios de cabelo.

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    A marca dos ossos

    Ossos de desaparecidos políticos, de vítimas de desastres e de soldados mortos podem ser reconhecidos.

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