Peter Hunter, professor da Universidade de Auckland, Nova Zelândia, carrega um coração em seu laptop. O órgão virtual bate como um coração humano e dispara ao receber estímulos elétricos. Mas pode ser ligado e desligado à vontade. O coração de Hunter é mais que uma animação eletrônica – trata-se de uma representação fiel que simula o funcionamento do órgão de verdade. O neozelandês faz parte de um consórcio de bioengenheiros, fisiologistas e cientistas da computação que uniram informações anatômicas, mecânicas e eletrofisiológicas do coração em um modelo tridimensional interativo. Coube a eles uma tarefa monumental: digitalizados, os resultados da análise de milhares de lâminas finíssimas de um coração deram forma à maquete. Também foram incluídas as equações matemáticas que representam as propriedades físicas dos tecidos – definindo as reações do coração virtual aos mais variados estímulos.
O trabalho da equipe de Hunter integra um projeto ainda maior, que pretende criar simulações de todo o organismo humano – na Inglaterra e na França, desenvolve-se um pulmão virtual; nos Estados Unidos, um modelo no sistema vascular. O objetivo é usar esses órgãos em pesquisas de novos medicamentos, substituindo, por exemplo, os testes com animais.