As estatísticas sugerem que as pessoas com níveis elevados de um certo tipo de colesterol, o HDL (lipoproteínas de alta densidade) correm menos riscos de infarto causado por ateroesclerose, o entupimento das artérias. Por isso mesmo, o HDL é chamado colesterol bom, em oposição ao LDL (lipoproteínas de baixa densidade), o colesterol mau. Mas nunca ficou demonstrado que o HDL realmente impede a formação dos depósitos gordurosos que acabam por entupir as artérias. Sabia-se apenas que o HDL varre parte do colesterol mau da corrente sanguínea.
Recentemente, porém, pesquisadores do Laboratório Lawrence Berkeley, na Califórnia, verificaram que ratos inoculados com o gene do HDL humano deixavam de contrair a ateroesclerose – embora tivessem herdado a propensão à doença. Isso indica que o HDL efetivamente inibe a fase preliminar da ateroesclerose, ou seja, a fixação das gorduras que, sob a forma de placas, depois aderem às paredes das artérias. A descoberta poderá estimular a indústria farmacêutica a buscar medicamentos mais precisos para combater o colesterol. As drogas existentes baixam tanto o LDL como o HDL. No futuro, os remédios anti-colesterol continuariam a reduzir o LDL, mantendo ou até aumentando, porém, os níveis de HDL.