Maria Cláudia Zucare
Ela é o combustível da nave Enterprise, na série Jornada nas Estrelas e a matéria-prima da arma nuclear que ameaça destruir o Vaticano no livro Anjos e Demônios, de Dan Brown, mesmo autor de O Código Da Vinci. Mas, fora da ficção, a antimatéria ainda está muito longe de servir a propósitos ultra-energéticos.
O encontro da matéria com seu exato oposto (a antimatéria é idêntica à matéria que constitui o mundo, mas com partículas de cargas elétricas opostas) resulta em uma explosão que gera energia pura com 100% de aproveitamento. Só para ter uma idéia, um grama de antimatéria seria suficiente para abastecer a cidade de Nova York durante 24 horas. Ou seja, ela é o combustível de maior potência de que se tem notícia.
O físico brasileiro Cláudio Lenz Cesar, integrante do Conselho Europeu de Pesquisas Nucleares (CERN), principal laboratório de pesquisas nucleares do mundo, compara a antimatéria à “mais potente bateria do mundo”, mas afirma que custa muito caro carregá-la. Atualmente, para conseguir antimatéria, é preciso usar aceleradores de partículas, um método que gasta mais energia (e dinheiro) do que a gerada ao final do processo. Hoje, tudo o que produzimos de antimatéria só é suficiente para esquentar uma chaleira com água. “O único jeito de obtermos antimatéria em quantidades suficientes para substituir as atuais fontes de energia é inventando uma nova maneira de produzi-la”, diz Cesar. E como ninguém ainda sabe como, ela deve continuar sendo usada apenas na ficção por um bom tempo.