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Peixe fossilizado de 16 milhões de anos foi encontrado com última refeição preservada

A nova espécie foi descoberta na Austrália em estado de preservação tão bom que os cientistas conseguiram até identificar o padrão de coloração do animal.

Por Eduardo Lima
1 abr 2025, 12h00

Uma nova espécie de peixe foi descoberta na Austrália por meio de um fóssil com cerca de 16 milhões de anos. Os restos vivos do animal, batizado de Ferruaspis brocksi, estavam tão bem conservados que os paleontólogos conseguiram identificar sua última refeição, preservada no estômago.

O fóssil do peixe de água doce foi descoberto no sítio arqueológico de McGraths Flat, que guarda evidências de como era o sudeste da Austrália durante o Mioceno, período que se estende entre 23 milhões e 5 milhões de anos atrás.

Os cientistas trabalhando na escavação encontraram vários fósseis do Ferruaspis b., todos sepultados num caixão de goethita, um mineral de óxido de ferro que ajudou a preservar os peixes nos mínimos detalhes.

Essas especificidades estão todas descritas num artigo publicado no Journal of Vertebrate Paleontology.

Por causa dos espécimes em excelente estado de preservação, os pesquisadores conseguiram examinar desde os tecidos moles dos peixes, como a pele e os músculos, além de características estruturais, padrões de coloração e até o conteúdo dentro do estômago.

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Além de identificar a nova espécie, a equipe de cientistas ligada ao Museu Australiano encontrou as primeiras evidências detalhadas de animais pré-históricos da ordem Osmeriformes na região.

Agora, é possível entender melhor quando os animais do grupo que inclui algumas espécies atuais, como o peixe-rei chegaram à Oceania.

O que comiam os peixinhos?

Os pesquisadores usaram microscópios biológicos de alta precisão para examinar o conteúdo do estômago e do trato intestinal dos peixes.

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Eles descobriram que os animais da espécie Ferruaspis brocksi se alimentavam, principalmente, de larvas do gênero Chaoborus, que são apelidadas de “larvas da mosquinha fantasma” por causa da cor transparente.

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Eles também encontraram algumas asas de insetos e um molusco bivalve bem pequeno, parecido com um mexilhão. Entender a dieta desses peixinhos ajuda a pensar em como se organizava, há milhões de anos, esse ecossistema fluvial na região que os australianos chamam de Nova Gales do Sul.

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Hoje em dia, a área é marcada por planaltos e planícies sem muita vegetação, mas durante o Mioceno ali existiam florestas tropicais.

As espécies de larvas de inseto do gênero Chaoborus são espertas, e geralmente não se instalam em corpos de água com peixes. Quando elas fazem isso, se escondem durante o dia de seus predadores e só voltam para a água durante a noite.

A preferência alimentar da nova espécie de peixe por essas larvas sugere que os peixinhos estavam caçando durante a noite.

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A descoberta de células pigmentadas é um dos aspectos mais impressionantes do estudo. Os peixes da espécie Ferruaspis brocksi tinham um corpo fino, escuro no topo e mais claro na região do estômago.

Além disso, ele tinha duas listras coloridas que percorriam o comprimento do corpo.

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