Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Peixes-palhaços que moram em casas piores são mais estressados

Nemo, se pudesse, estaria procurando apartamento: anêmonas estão ficando brancas graças aos oceanos mais quentes – e mudança não agrada os peixinhos.

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 25 Maio 2018, 17h45 - Publicado em 25 Maio 2018, 17h45

Os colegas da vida real de Nemo e Marlin sofrem níveis de estresse altíssimos por um problema de moradia. E, para variar, a culpa é do aquecimento global.

As anêmonas onde eles vivem são o acordo perfeito de aluguel: cheias de tentáculos que atingem qualquer coisa que passa por elas, essas estruturas marinhas vivas são a fortificação ideal para os Nemos do mundo real contra predadores.

É que peixes-palhaços são imunes aos ataques das anêmonas, então vivem, se proteger e se reproduzem dentro delas.

O problema é que as anêmonas – naturalmente coloridas –  estão embranquecendo. E a mudança de cor está longe de ser apenas estética. Está acabando com a vida dos peixes palhaços.

Corais e anêmonas pálidos

Continua após a publicidade

Você talvez já tenha ouvido falar que, devido à temperatura crescente dos oceanos, os recifes de corais estão sofrendo um processo de branqueamento. A mesma coisa acontece com as anêmonas.

Um coral saudável vive uma relação simbiótica com algas microscópicas: elas vivem grudadas nos tecidos deles, fazem fotossíntese e servem de principal fonte de energia para os corais. Também é por causa delas que eles são coloridos.

Quando os corais passam por algum estresse ambiental – como a mudança de temperatura da água – eles lançam fora suas inquilinas. Ficam brancas, encolhem, enfraquecem.

Continua após a publicidade

As anêmonas também dão abrigo a algas, se alimentam delas. Quando essas algas morrem, elas embranquecem.

Ordem de despejo?

Anêmonas branquelas ainda podem se recuperar, mas ficam suscetíveis a todo tipo de infecção. Ainda assim, os peixes-palhaço dificilmente vão procurar um novo lugar para morar.

Continua após a publicidade

Não apenas eles insistem em permanecer na mesma casa, mas sofrem com a decadência de sua moradia viva.

Cientistas observaram que, em peixes-palhaços da Polinésia Francesa, os níveis de cortisol era muito maior para aqueles que viviam nas anêmonas pálidas.

O cortisol é conhecido como hormônio do estresse – em humanos, ele leva a fadiga e ganho de peso, por exemplo – e, nos peixes-palhaço, teve impacto direto sobre a fertilidade.

Continua após a publicidade

Eles punham ovos com muito menos frequência do que aqueles que moravam em anêmonas coloridas. Os poucos ovos que vinham ao mundo dificilmente sobreviviam. 

O mais curioso é que as anêmonas brancas seguem vivas, ainda que abatidas, e as algas que elas expulsavam nem são fonte de alimento para os peixes. Na prática, nada mudava para eles, em termos de segurança e alimentação. E, mesmo assim, eles sofriam diretamente só de ver seu habitat mudar.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.