(Daniel Rebouças de Almeida, via Internet)
Ela não é boba: sabe onde está pisando. Quando constrói sua teia, a aranha reveste os fios em espiral com sua cola, mas deixa secos os fios do raio e da moldura, onde irá se apoiar. Além disso, ela possui unhas finas e delicadas, capazes de se equilibrar sem encostar totalmente no fio grudento – e também tem o hábito de limpar constantemente as garras para remover a substância adesiva. Mesmo com todos esses cuidados, acidentes acontecem e uma pata pode ficar presa. “Normalmente elas conseguem se desgrudar, mas já observei uma aranha abandonar sua perna”, afirma César Ades, especialista em comportamento aracnídeo do Departamento de Psicologia Experimental da USP. Existem ainda aranhas que não correm esse risco. “A maioria das teias grudentas têm a tradicional forma espiralada, mas há espécies que produzem teias não-adesivas em forma de tubo, prato e lençol”, diz João Vasconcellos Neto, zoólogo do Instituto de Biologia da Unicamp. “Nesses casos, o inseto é capturado simplesmente porque se enrosca nos fios.”
Corda bamba e pegajosa
A aranha conhece as armadilhas de sua própria teia e sabe como evitá-las
Nem todos os fios têm cola. A aranha deixa especialmente os raios e a moldura da teia secos, para se apoiar neles
As garras têm pontinhas finas que conseguem se equilibrar até nos fios grudentos sem ficarem presas