Chamado pelos médicos de malácia, esse fenômeno é causado por três fatores atuando em conjunto. O primeiro deles é emocional. “Principalmente na primeira gravidez, a mudança corporal e os ainda desconhecidos papéis social e afetivo que a mulher exerce como mãe fazem com que ela sofra alterações no comportamento. Muitas gestantes têm regressão psicológica, ficam infantilizadas, e isso também muda hábitos alimentares, dando a vontade de comer certas coisas”, afirma o obstetra Abner Lobão Neto, da Universidade Federal de São Paulo. O segundo fator é hormonal. O HCG (gonadotrofina coriônica humana) e o progesterona, hormônios que regulam as funções da gravidez, alteram o organismo – e o apetite – da mulher grávida. Para completar, a falta de alguns nutrientes também desperta vontades específicas. “Existem desejos comuns, como comer morango e jaca. Já vi casos de mulheres que queriam mastigar gelo, comer terra e até beber o sangue do marido, possivelmente por falta de ferro no organismo”, diz o obstetra.
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