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Por que ingerir gás hélio deixa a voz fina?

É tudo culpa do hélio

Por Cátia Franco
Atualizado em 20 abr 2018, 16h27 - Publicado em 28 fev 2005, 22h00

Para matar a charada é preciso recorrer a uma das mais importantes leis da física, aquela que diz que “quanto mais densa a molécula, menor sua velocidade”. O hélio, usado para encher balões, é sete vezes mais leve do que o ar que respiramos. Assim, quando ingerido, ele faz com que a velocidade com que a voz humana se propaga seja maior. Mas isso é apenas um pedaço da explicação.

A segunda parte da resposta está em outro ramo da física, a acústica. Quando aumentamos a velocidade do som, elevamos consequentemente a sua frequência (número de ondas sonoras formadas por segundo). “O raciocínio é simples. Imagine que, todos os dias, você caminhe em volta de um quarteirão por uma hora numa velocidade X. Se você dobrar a velocidade, e continuar dando voltas por uma hora, vai elevar o número (ou frequência) de voltas ao redor do quarteirão. A mesma regra vale para a velocidade e frequência do som”, explica Luiz Nunes de Oliveira, professor do Instituto de Física de São Carlos (USP).

Aumentando a frequência, a voz tende a se tornar mais aguda e a soar bem estridente, como a voz do Pato Donald nos desenhos animados. “Do mesmo jeito, se um gás mais denso que o ar for ingerido, ele diminui a velocidade e a frequência do som, e a voz engrossa, ou seja, se torna mais grave”, afirma Luiz.

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