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Primeira usina de compostagem de cadáveres será inaugurada em 2021

A ideia é transformar os corpos em adubo rapidamente, acelerando o processo de decomposição.

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 6 dez 2019, 13h22 - Publicado em 6 dez 2019, 12h51

Você já decidiu o que vai ser do seu corpo quando passar desta para uma melhor? Métodos alternativos ao cemitério ou ao crematório estão ganhando força. Tanto que os moradores do estado de Washington, nos EUA, terão uma opção pouco usual: a compostagem humana.

A primeira instalação funerária de compostagem humana do mundo está programada para abrir na primavera de 2021, depois que o processo foi legalizado no estado no início deste ano. A lei autoriza uma “redução natural orgânica”, ou seja, uma “conversão contida e acelerada de restos humanos em terra” como um meio aceitável de disposição dos corpos.

O processo foi encabeçado por pesquisas desenvolvidas pela Universidade Estadual de Washington em parceria com a empresa Recompose, com sede em Seattle, que será a primeira a oferecer a redução orgânica natural comercialmente – prometendo converter todos os restos humanos, incluindo ossos e dentes, em nutrientes para o solo.

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Local para a cerimônia de despedida do corpo/ Recompose (Molt Studios/Divulgação)

Fundada em 2017, a empresa se uniu à cientista Lynne Carpenter-Boggs e sua equipe para desenvolver a abordagem. O método consiste em acelerar a decomposição natural. O corpo é colocado em um contêiner com palha, lascas de madeira e alfafa, e lá são criadas as condições ideais de umidade e oxigenação para que as bactérias façam seu trabalho bem mais rápido – a uma temperatura entre 49 °C e 71 °C. Em apenas 30 dias o corpo vira puro adubo.

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De acordo com a companhia, essa “reciclagem” tem menos impacto ambiental do que a cremação ou enterros tradicionais, em grande parte devido à sua capacidade de sequestrar o carbono atmosférico no solo. “Minimizam o desperdício, evitam poluir as águas subterrâneas com o fluido de embalsamamento e evitam que as emissões de CO2 da cremação e da fabricação de caixões, lápides e túmulos”, escreve a Recompose em comunicado.

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Contêiner onde o corpo ficará por 30 dias/Recompose (Molt Studios/Divulgação)

Apesar dos benefícios citados, uma das polêmicas que envolve a compostagem humana é a disseminação de doenças que podem permanecer no adubo originado pela decomposição de um cadáver. Por isso, a empresa diz que o método não estará disponível para todos, e a elegibilidade para o processo será verificada pelos profissionais de saúde que certificaram o óbito.

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