Há dezoito anos, 20 mil rinocerontes-brancos viviam nas savanas do Quênia, no leste da África. Hoje, restam 370 – e destes apenas a metade está protegida em reservas florestais. O motivo do morticínio é simples: considerado desde tempos remotos como símbolo de poder e força, o chifre desse animal raro ainda é vendido a peso de ouro em países do Oriente Médio, especialmente no Iêmen. Um chifre de rinoceronte-branco em estado natural pode valer o equivalente a 90 mil cruzados. Já um cabo de adaga trabalhado no mesmo material chega a custar algo como 4,5 milhões de cruzados (ou dois Chevettes novos, em valores de setembro). Uma lei proíbe a caça de rinocerontes-brancos, mas não há como patrulhar adequadamente as vastas planícies que eles habitam. A única solução parece ser confinar os poucos animais em reservas fortemente guardadas, como o chamade santuário Ngari Sergoi, no Quênia, totalmente cercado por fios eletrificados.