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Serpentes urbanas

Três pesquisadores estudam por que as cobras estão invadindo a região central de São Paulo.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h45 - Publicado em 29 fev 1992, 22h00

São Paulo é um ninho de cobras. Essa é a constatação dos pesquisadores Giuseppe Puorto e Iara Laporta-Ferreira, do Instituto Butantan, e Ivan Sazima da Universidade Estadual de Campinas, depois de cinco anos de estudo. Impressionados com a quantidade de cobras capturadas na capital paulista entregues ao Butantan, sobretudo com número de venenosas entre elas, os pesquisadores resolveram descobrir o que as serpentes estão fazendo no meio dos prédios e do asfalto.

Não há bairro incólume na cidade. Tanto nas áreas nobres, como Higienópolis, Pacaembu e Morumbi, quanto nas periféricas, como Itaquera, Guaianazes e Campo Limpo, costumam ser encontradas a cobra-d’água, a falsa-coral, a dormideira e a cobra-cega, todas não venenosas. Isso é uma novidade, já que a tendência é que haja concentração maior de cobras na periferia, pois ficam obviamente mais perto das matas que circundam a cidade. Quando ocorre um desmatamento na periferia, algumas cobras se dirigem à mata, mas um bom número permanece onde estava, porque o acumulo de lixo e esgoto é a condição ideal para a proliferação da iguaria preferida das cobras — os ratos.

Nos últimos tempos, porém, as serpentes resolveram mudar de ares e começaram a invadir bairros centrais, chegando até a ser encontradas na Praça da Sé, o marco zero da cidade. A hipótese mais provável é que também essas regiões começaram a apresentar boas condições de vida para as cobras — locais úmidos como os esgotos, e abundância de ratos. Surpreendente, no entanto, foi a quantidade de cobras venenosas, como a cascavel, a jararaca e a coral, que estão circulando por São Paulo.

Das cerca de 480 cobras capturadas na capital e recebidas anualmente pelo Instituto Butantan, quase sessenta são jararacas, e cinco são cascavéis ou corais. Esse número espantou a equipe de pesquisadores, que está iniciando uma nova etapa nesse estudo. Serão comparadas a fauna da capital no inicio do século com a atual, confrontando-se os dados de ocupação do solo. A questão é saber se as serpentes peçonhentas sempre estiveram pelas redondezas e decidiram passear pela cidade, oi, do contrário, qual o motivo que as levou a emigrar de algum lugar distante para a capital.

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