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Seu ouvido para música é melhor do que você imagina

Leigos foram capazes de identificar erros em sequências musicais como alguém com audição absoluta faria

Por Guilherme Eler
21 jun 2017, 18h06

Ter um ouvido absoluto é ser capaz de “enxergar” música em tudo. Além de identificar os sons de qualquer nota musical e reproduzi-los com perfeição, quem tem a audição treinada ao máximo pode fazer o mesmo também com barulhos da natureza, de animais, máquinas e o que mais estiver ao alcance do ouvido.

Tais privilegiados tem ouvido igual ao de nomes como Beethoven, Bach e Mozart. Este último, reza a lenda, teria gritado “sol sustenido” ao ouvir o som do guincho de um porco quando pequeno.

Mas parece que a habilidade não é tão rara assim. As estimativas de que o ouvido absoluto ocorreria em 1 em cada 10 mil pessoas estão sendo revistas. É o que aponta um estudo publicado no periódico Music Perception. Mesmo pessoas sem nenhum tipo treinamento musical formal – como aquelas aulas de violão ou de piano que você tomou por três meses – podem ter audição absoluta.

Para chegar a essa conclusão, os cientistas realizaram uma série de experimentos de percepção. Os voluntários tinham de avaliar o quanto cada nota tocada pelos cientistas casava com uma sequência de acordes que eles tinham acabado de ouvir – identificando, por exemplo, um Fá Sustenido (F#) perdido no meio da clássica sequência Dó-Ré-Mi-Fá-Sol-Lá-Si. Como o esperado, as notas fora de contexto ganharam avaliações baixas, enquanto as que se encaixavam perfeitamente pontuaram melhor.

Mas isso foi diferente quando os participantes ouviam escalas musicais muito diferentes entre si, como as que mostramos a seguir:

Sol Maior (G)

Dó Sustenido Maior (C#)

A primeira soa mais comum aos ocidentais, e está presente em boa parte das produções musicais no Ocidente. A outra, porém, faz uma linha mais oriental, com acidentes e sonoridades que eram pouco familiares aos participantes dos testes.

Essa diferença fez com que eles avaliassem pior as notas que completavam corretamente a escala de Dó Sustenido Maior. No caso da sequência de Sol Maior, menos estranha, as notas perfeitas para cada momento receberam avaliações melhores. Essas escolhas demonstram que os voluntários foram influenciados pela familiaridade que tinham com cada escala. Mesmo sem serem experts, sabiam quando algo parecia destoar completamente de suas referências.

Para os pesquisadores, essa habilidade não apareceria no caso da audição ser relativa – ou seja, se os participantes conseguissem identificar erros só em sequências que já tinham aprendido. “O resultado demonstra que essas pessoas têm uma espécie de ouvido absoluto, mesmo quando acham que não sabem nada sobre música”, explica Elizabeth Margulis, uma das autoras do estudo. “E mesmo assim, não são especiais, ou uma dentre 10 mil. Eles não são Mozart”, complementa.

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