Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Síndrome inflamatória pode ter causado a pausa nos testes da vacina de Oxford

Afirmação é do jornal "New York Times", que cita uma fonte anônima relacionada aos testes; a interrupção é um procedimento de rotina, até que fique claro se os sintomas foram causados pela vacina ou por outra razão

Por Maria Clara Rossini
Atualizado em 9 set 2020, 16h19 - Publicado em 9 set 2020, 16h18

Os testes da vacina feita em parceria entre a Universidade de Oxford e a empresa farmacêutica AstraZeneca foram pausados após um voluntário apresentar reações adversas. Dentre as nove vacinas que se encontram na fase 3 de testes, a de Oxford é considerada a mais avançada nas pesquisas.

A AstraZeneca não informou qual foi o efeito colateral. Em nota enviada à imprensa, a empresa diz que a pausa é um procedimento de rotina, obrigatório sempre que surge “uma potencial doença inexplicada” em um dos testes. Essa interrupção permite que os pesquisadores investiguem o efeito adverso e revisem os dados de segurança da vacina. 

Segundo o jornal The New York Times, que cita uma fonte anônima ligada ao teste da vacina, um dos pacientes que participava da fase 3 no Reino Unido teria sido diagnosticado com mielite transversa, uma síndrome inflamatória que afeta a medula espinhal e pode ser desencadeada por infecções virais. Não se sabe quando esse diagnóstico teria sido feito, nem se houve relação direta com a aplicação da vacina.

A mielite transversa afeta a transmissão de impulsos nervosos, podendo causar fraqueza muscular e perda de sensibilidade tátil. Na maior parte dos casos, a causa da doença é desconhecida, mas pode estar relacionada a infecções. A AstraZeneca não confirmou se a interrupção nos testes ocorreu em razão dessa síndrome inflamatória. Ao NYT, a empresa disse que a situação está sendo investigada por um comitê independente e é muito cedo para cravar um diagnóstico específico.

O pesquisador Paul Griffin, da Universidade de Queensland (que não está envolvido no estudo, mas já participou de outros testes de fase 3) destacou à Nature o seguinte: em testes do tipo, muitas ocorrências médicas podem ser classificadas como “evento adverso” -por exemplo, a hospitalização de um participante por algum motivo não relacionado à vacina-, e levar à interrupção automática dos testes. O protocolo adotado pela AstraZeneca não foi divulgado.

Continua após a publicidade

A vacina de Oxford usa um adenovírus de chimpanzé, geneticamente modificado para não causar doenças em humanos e expressar as proteínas spike. São elas que o Sars-Cov-2 usa para se ligar às células humanas. A ideia é que o corpo tenha esse primeiro contato com as proteínas e aprenda a identificá-las rapidamente e gerar uma resposta imune quando de fato encontrar o coronavírus.

Mais de 17 mil voluntários ao redor do mundo estão participando dos testes da vacina de Oxford, inclusive no Brasil. Segundo a Unifesp, que conduz os testes no país, 5 mil brasileiros já receberam a vacina e não apresentaram reações adversas graves.

Em testes de larga escala, realizados com dezenas de milhares de pessoas, é comum que alguns indivíduos fiquem doentes e tenham sintomas por outros motivos. No entanto, é importante que os cientistas avaliem cuidadosamente se o efeito tem ou não relação com a vacina, o que não se sabe até o momento.

Continua após a publicidade

Também é possível que alguns efeitos colaterais de uma vacina só apareçam quando ela é aplicada em um número grande de pessoas, justamente porque são muito raros. É para isso que se realizam os testes de fase 3 antes que a vacina possa ser liberada para a população.

No estudo referente aos resultados das fases 1 e 2, publicado em junho, os pesquisadores reportam que 60% dos participantes apresentaram sintomas leves ou moderados. Entre eles estão dor muscular, fadiga, dor de cabeça, calafrios e, em alguns casos, febre. No entanto, nenhum dos sintomas foi considerado grave e todos puderam ser tratados com analgésicos.

A AstraZeneca iniciou os testes de fase 3 nos Estados Unidos no fim de agosto, onde devem participar mais 30 mil voluntários. Além dela, outras oito vacinas encontram-se na fase de testes em larga escala.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.