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Brasil é autorizado a testar vacina de Oxford contra Covid-19

Método apresentou resultados satisfatórios em animais e humanos durante testes preliminares feitos no Reino Unido.

Por Guilherme Eler
Atualizado em 4 jun 2020, 11h54 - Publicado em 3 jun 2020, 16h02

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou na última terça-feira (2) o início dos testes clínicos de uma potencial vacina contra Covid-19 no Brasil. Ela foi desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, com patrocínio da AstraZeneca, empresa sueco-britânica de biotecnologia. Por aqui, será testada na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e na rede de hospitais D’Or São Luiz.

A candidata a vacina tem o nome de ChAdOx1 nCoV-19, e já passou por testes em macacos e experimentos com humanos no Reino Unido. A primeira fase de testes clínicos começou em abril, e contou com cerca de mil adultos entre 18 e 55 anos. Segundo um comunicado da Anvisa, “os resultados demonstraram que o seu perfil de segurança foi aceitável”. A taxa de eficácia em humanos, até agora, foi de 50%.

A próxima etapa de testes da vacina (fase 3) conta 10 mil voluntários no Reino Unido. No Brasil, serão outros 2 mil, do Rio de Janeiro e São Paulo, a partir de junho. De acordo com o G1, as pessoas que participarão do estudo trabalham na linha de frente do combate ao novo coronavírus no país.

Se a vacina se mostrar eficaz nessa última etapa, a empresa farmacêutica poderá dar entrada no pedido de comercialização do produto. Segundo o site jurídico JOTA, a AstraZeneca planeja registrar a ChAdOx1 nCoV-19 junto à Anvisa. Ou seja, se aprovada, a vacina deve estar disponível para pacientes no Brasil.

A vacina foi feita a partir de uma versão enfraquecida de um adenovírus, que causa o resfriado comum. Esse vírus foi modificado pelos cientistas para carregar o material genético das proteínas spike do Sars-CoV-2 – as estruturas pontiagudas e que formam a “coroa” do novo coronavírus, usada por ele para penetrar as células humanas.

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Isso alerta o sistema imunológico, que começa a atacar o invasor. Assim, o organismo aprende a combater o novo coronavírus sem ter sido infectado por ele, mas por um “primo” feito em laboratório que tem spikes iguais ao causador da Covid-19. Se a pessoa imunizada for infectada no futuro, o corpo já saberá de antemão como se defender. 

Qualquer pesquisa clínica envolvendo humanos no Brasil precisa, primeiro, ser aprovada pelos Comitês de Ética em Pesquisa (CEPs) ou pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Devido à pandemia de Covid-19, a Anvisa vem tentando acelerar esse processo, julgando novas propostas de estudos clínicos ou medicamentos para prevenção e tratamento por meio de um comitê especializado. Segundo o portal da Anvisa, outros cinco ensaios que investigam Covid-19 são autorizados, hoje, no Brasil – dois deles envolvem a hidroxicloroquina.

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