Sismo modifica sinais de rádio
Engenheiro americano descobre que terremotos são precedidos por sinais de rádio provenientes de seu epicentro.
Os geólogos de plantão durante o grande terremoto de outubro do ano passado na baía de San Francisco, nos Estados Unidos, foram pegos de surpresa pela completa ausência dos leves tremores que geralmente antecedem os abalos. Mas aquele talvez tenha anunciado sua vinda de outra forma – por ondas de rádio. Se se comprovar essa descoberta casual, feita por Antony Fraser-Smith, um engenheiro elétrico da Universidade de Stanford , um velho objetivo poderá ser alcançado: prever terremotos. Fraser pesquisava a utilização de ondas de ultrabaixa frequência para a comunicação de submarinos. Ao inspecionar um aparelho de medição instalado perto do epicentro do tremor, achou sinais de rádio mais fortes que de costume. Ele supõe que a alteração do campo magnético terrestre provocada pelo tremor a caminho tenha criado os sinais. “Um sismo acumula uma grande quantidade de energia que, próxima à superfície, pode gerar esse tipo de fenômeno”, explica Jesus Berrocal, geofísico da Universidade de São Paulo. “O problema é que os terremotos mais profundos podem não gerar esses sinais de alerta.”